quarta-feira, 19 de março de 2008

Novo Endereço

Prezados Visitantes,

Conforme informei ontem, já a partir de hoje meu blog está sendotransferindo para o site do globo On Line. O endereço para acesso a meublog , portanto, passará a ser oglobo.globo.com/blogs/alcides

Espero continuar contando com o apoio de todos aqueles que estiveramconosco até agora, visitando, lendo, comentando, criticando. É um novodesafio para mim mas creio que , juntos, venceremos mais essa etapa eteremos um novo blog mais ativo por passarmos a participar do site OnLine de um dos maiores e mais prestigiados jornais do país.

Grato,

Alcides Amaral

terça-feira, 18 de março de 2008

Blog vai mudar de endereço

Prezados visitantes hoje não tivemos notícias novas - e temos uma "quentinha" sobre o Citi para amanhã ou depois -pois estamos no processo de mudar nosso blog para o site do Globo On Line. Fomos convidados e aceitamos pois cremos que no site de um dos maiores jornais do país poderemos alcançar um público mais amplo (de todo o Brasil) e obter maior repercussão dos nossos artigos, notas e comentários.

Para os visitantes que nos prestigiam nada mudará. Informaremos antes da mudança qual o novo endereço do nosso blog e espero que continuem conosco.

Meu filho Ricardo e responsável pela parte técnica está envolvido no processo para que o novo blog entre no ar o mais rápido possível.

Grato

Alcides Amaral

segunda-feira, 17 de março de 2008

Parabens ao Mestre Tamer

Para que o ambiente fique um pouco mais leve e agradável, gostaria de aproveitar a oportunidade de enviar meu abraço ao velho mestre Alberto Tamer que completou 50 anos de jornalismo econômico neste fim de semana.

É uma figura já legendária em São Paulo e agora afirma que pretende voltar à Amazônia, onde esteve há anos, para escrever um livro. Certamente será mais uma grande contribuição para a literatura e governo brasileiros.

Nosso abraço, pois, e que Deus o proteja .

Estados Unidos comanda a "roleta global"

A "roleta global" adquiriu uma velocidade e "veracidade" de espantar. Boato atrás de boato, tudo que o FED e o governo americano fazem não é suficiente, ainda não chegamos no "fundo do poço", se é que esse poço tem fundo. Só falta falarem que o FED vai quebrar pelo suporte que tem dado aos bancos e mercados.

Um coisa é certa ; os jovens, agressivos, formados nas melhores escolas americanas, suspensório colorido, neste ano de 2008 receberão menos bonus, se é que receberão algum. A "farra do bonus" dos últimos anos que nos levou a situação atual acabou,"for the time being". E muitos deles irão, ainda perder o emprego, quando os bancos começarem a efetuar o "ajuste de estrutura" que deverão fazer tão logo o prejuizo com a "bolha imobiliária" tenha sido reconhecido nos seus balanços. O 1ºtrimestre já mostrará um pouco desta verdade e o 2º trimestre de 2008 deverá deixar tudo à limpo. Aí, esperamos, a "roleta global" reduzirá sua fúria impulsionada pelos agentes de mercado dos Estados Unidos, principalmente.

A compra do Bear Stern pelo JPMorgan foi efetuada às pressas pois não havia tempo a perder. O mercado atacou o banco de investimento norte-americano que ficou impossibilitado de honrar seus compromissos ... faltou liquidez ... e banco só quebra por falta de liquidez. Embora o valor pago aos acionistas tivesse sido inferior a U$ 300 milhões,o custo para o JPMorgan será bem maior. Considerando-se todos os valores envolvidos na aquisição, incorporação, demissões, etc. estima-se que o custo total ficará em torno de US$ 6,0 bilhões. Parece ser um bom negócio para um banco que contou com a ajuda do FED para "resolver" um problema. O futuro dirá.

Paralelamente , o FED criou outra linha para dar liquidez aos bancos ( FDCF- Primary Dealer Credit Facility) e, igualmente, a outras instituições consideradas "não bancárias". É a 1ª vez desde a Grande Depressão de 29 que o FED age dessa maneira, o que deve ter assustado ainda mais o mercado. A pergunta é ; o FEd está agindo rapidamente para resolver os problemas ou ele próprio não sabe da magnitude deles e vai reagindo quando as necessidades aparecem ?

Porque ninguém sabe a resposta correta é que a "roleta global" gira aceleradamente e acaba, na visão desses players, atingindo todo o mercado mercado.
Alguém já imaginou que a maior economia do mundo pudesse ter o todo o sistema financeiro insolvente ? Isso seria possível ? O que aconteceria com o restante dos países ? O que aconteceria com o dólar e com os títulos do tesouro norte-americano ?

Como se vê, isso é coisa séria demais para tanta especulação. Creio que está faltando o FED reunir todos os banqueiros , mostrar-lhe a sua realidade , e solicitar, ou melhor, exigir apoio de todos para o bem da Nação. Pois uma "quebradeira" nos Estados Unidos ( no que NÃO acredito ) seria a instalação de uma crise sem precedentes, e nem a ilha de Fernando de Noronha ficaria livre dos impactos dela.

Portanto, vamos ter um pouco de paciência, bom senso e, por que não, sangue frio.
Estamos falando de coisas sérias e a boataria desenfreada deve ficar para outra hora, quando o ambiente estiver mais relaxado e o céu de brigadeiro dar sinal de sua graça novamente.

FED em ação

A "herança maldita" deixada por Greenspan - a famosa "bolha imobiliária" - continua fazendo estragos. O FED do sr. Bernanke nunca trabalhou tanto e neste fim de semana deu uma solução para o banco de investimentos Bear Stern(adquirido pelo JP Morgan) e baixou a taxa de redesconto dos bancos.

Mas como a impressão agora quase generalizada é de que os Estados Unidos já estão em recessão ( o pacote do Bush de cerca de US$ 170 bilhões ainda não fez o efeito desejado), o cenário é quase de fim de mundo, o que não é o caso. As bolsas no mundo todo abriram a semana em baixa e a moda agora é investir commodities com o que os preços irão subir ainda mais criando inflação no mundo todo.

Portanto, alerta pessoal. Vamos ser cautelosos nos nossos gastos e nos nossos investimentos. A chuva, fina e fria, chegou para ficar por algum tempo.

domingo, 16 de março de 2008

Lula de volta ao trabalho

Depois da Veja dessa semana destacar a afirmação de Lula ( tomando banho de mar) que "eu não posso crer que apenas eu queira trabalhar, os parlamentares não", o que os parlamentares tem a fazer é colocar o rabo debaixo das pernas e permanecerem nos seus "redutos eleitorais". É a maneira mais fácil e prática de enfrentar esse desafio, pois sabemos que parlamentar trabalha 3 dias por semana mas possui 40 dias de férias, além das faltas às sessões pois ninguém é de ferro para passar muito tempo em Brasília.

Embora a crítica seja pertinente ( temos um Congresso que produz pouco ou quase nada em favor do povo ) , é de chamar a atenção o comportamento de Lula nos últimos dias. A afirmação acalorada que no Brasil temos corrupção em todo lugar - somos uma Nação onde a corrupção impera - deixou-nos abismados pois é obrigação dele, como presidente combater a corrupção.

E agora, o que pretende com o Congresso? Destruí-lo mais do que já está destruído pelos seus próprios representantes ? Colocar-se como o único homem que o "povão" deve respeitar pelas suas benesses e seu jeito de falar de líder sindical ?

Não sei o que está por trás de tudo isso. O que o Lula não faz - mas deveria fazer com urgência - era diminuir o tamanho da sua "máquina" para poupar um pouco a população com a carga excessiva de impostos. Enquanto isso não for feito, continuaremos a ser um país de apadrinhados, que gasta muito mais do que pode e deve.E é por isso que desde já assumi o Ciro Gomes como meu candidato....aquele que tem "coragem" para mudar a "cara" deste país, começando por um enxugamento do setor público.

sábado, 15 de março de 2008

Citi fortalecido no Brasil

Baseado numa reunião informal do CEO do Citibank, Mr. Vikram Pandit, com analistas em NY, a M. Lynch emitiu relatório ontem reportanto alguns dos assuntos discutidos. O mais importante para nós aqui no Brasil é quando o relatório diz que "It seemed clear that this will not be a process of splittting up Citi; in the targeted Emerging Markets, universal banking is a key strengh".

Em outras palavras, os principais mercados emergentes ( e o Brasil é um deles ) fazem parte da força global do Citibank. Isto não quer dizer que em Abril ou Maio sejam anunciados ajustes na estrutura de custo do banco como o todo e o Brasil também seja afetado, mas , pelo tom da conversa de Mr. Pandit e do relatório, o Citi no Brasil fica como está, fortalecido pois está contribuindo positivamente para a Organização. Creio que os "boatos" de venda estarão eliminados, de vez, em um ou dois meses.

Mr. Pandit encontra-se "excitado" com a maioria dos negócios, principalmente fora dos Estados Unidos. Estão havendo estudos para que se estabeleça "the right structure and management" mas os detalhes só serão oferecidos ao mercado no dia 9 de Maio, o chamado "Citi Day".

Até lá a M.Lynch mantem a ação do Citi como "neutral" embora suas projeções mostrem resultados excelentes a partir de 2009 ( lucro acima de US$ 20,0 bilhões).

Como ex-citibankense fico feliz com esse relatório, que não esconde as dificuldades atuais da organização, mas desenha um futuro muito positivo, com o Citi readquirindo a pujança que sempre teve.

Estamos acompanhando e torcendo pois afinal o Citi ainda é parte da nossa casa.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Chuvas de Março

Como acontece anualmente, as chuvas de Março chegaram, e com intensidade de mexer com toda a cidade. E com isso, o "céu de brigadeiro" que tínhamos até aqui em nossa economia também desapareceu. Dias mais sombrios pela frente, mais energia e criatividade serão exigidas do governo.

A ata de ontem do Copom já demonstra o pessimismo do Banco Central com relação ao nível da inflação e ameaça aumentar os juros para conter o consumo, que está forte e bastante alavancado em crédito.

Com o "início" da execução de uma nova política cambial, a expectativa é de que o dólar suba e o real deixe de valorizar-se como vinha acontecendo até agora. As medidas que começarão a vigorar na 2ª feira ainda parecem tímidas, algo mais terá que ser feito para que os exportadores de manufaturados e bens de capital possam voltar a ser competitivos no mercado internacional . Com relação ao capital externo de curto prazo, é cedo para avaliar o impacto. É certo que o dinheiro que entra para arbitrar contra o real não é bem-vindo e se, realmente, o Copom aumentar a taxa de juro interna, terá que olhar esse assunto novamente.

Embora o preço do barril do petróleo já tenha ultrapassado os US$ 110,0 o barril - devido ao enfraquecimento do dólar ao redor do mundo - por aqui nada acontece com o preço da gasolina e diesel. O governo sabedor de que qualquer aumento de combustível será fatal para a inflação, vem segurando-o desde 2005 e, com isso, descapitalizando a Petrobras que precisa de recursos e mais recursos para exploração de suas mais recentes descobertas. Sem falar nos prejuizos dos acionistas minoritários....

A grande solução, que ajudaria a resolver boa parte dos nossos males, seria o governo cortar seus gastos e deixa agir de como se o seu dinheiro caisse do céu e não viesse do bolso do povo e das empresas, via impostos. Mas ao contrário,o ministro do Planejamento veio ontem à TV para informar que o governo está contratando mais pessoal e dando aumento de salários generosos a um contingente enorme de pessoas.

Estamos, pois, no início de outra realidade e vamos ver como o governo se comporta. Creio que está chegando a hora da verdade mesmo porque , para complicar, a situação lá nos Estados Unidos ainda não está resolvida. Só a partir de meados de abril saberemos um pouco melhor como está a situação dos grandes bancos e o que será da economia americana daí para frente. Encerro por aqui, sem falar da China, pois aí minhs cabeça começa a ficar confusa.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Nova política cambial

O governo que sempre afirmava que a política cambial era o câmbio flutuante, finalmente se rendeu aos fatos e deu os primeiros passos na nova política cambial.
Digo os primeiros passos pois logo deverão vir outros pois as medidas tomadas ontem são benvindas mas não serão suficientes para recolocar o real no seu devido lugar. A própria Fiesp informa que essas medidas foram submetidas ao governo há 2 anos, mas ninguém tomou conhecimento delas.

A partir de 2ª feira os exportadores deixarão de pagar IOF - o que é mais do que justo - e os estrangeiros pagarão o tributo em 1,5% em aplicações de renda fixa e títulos públicos. Se tais medidas tivessem sido tomada há algum tempo, quando o dólar estava ao redor de R$ 2,00/R$2,20, a eficácia das medidas seriam bem maiores. Mas não preferiu onerar os exportadores com a perda da CPMF e continuou utilizando a queda do dólar como âncora para a inflação. O governo foi lerdo nas suas medidas - como é do seu feitio - e agora só nos resta a expectativa de como os mercados reagirão na próxima 2ª feira.

Pelo menos o governo acaba de concordar implicitamente que "política cambial" não é apenas deixar a moeda flutuar ao seu bél prazer, mas que medidas são necessárias quando há distorções significativas, como é o caso da valorização do real. Nossas reservas internacionais estão em níveis adequados, nossa dívida externa praticamente inexiste razões pelas quais não precisamos de dólares especulativos para, apenas criar distorções , no país. As bolsas não foram afetadas - e não devem sê-lo - e os investimentos de longo prazo igualmente.

Apesar do atraso em dar início a política cambial no governo Lula, parabéns ao ministro Mantega e equipe pelo ponta pé inicial. O Brasil vai bem internamente mas temos muito a fazer quando nos comparamos aos outros países emergentes. Basta, pois, mais ação pois a solução para os problemas estão por aí na cabeça de todos. Tem faltado muita vontade política para quebrarmos esse círculo vicioso e esperamos que agora vai.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Pacote para o dólar

Os jornais hoje estampam grandes manchetes informando que o governo está estudando medidas para segurar a valorização do real.

Enquanto tais medidas não forem estabelecidas, fica difícil dizer quais os efeitos positivos e negativos do anunciado "pacote".

Algumas verdades, porém, precisam ser ditas :

- o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, é a pessoa quem tem sido a mais ponderada no que diz respeito aos comentários referentes a valorização do real e os eventuais riscos que o país pode correr ;

- abaixar os juros locais seria o melhor caminho para colocar o "real" do seu lugar, na medida que o "real" deixasse de oferecer prêmio aos investidores e especuladores. Mas isso o governo não vai fazer pois a inflação está por aí, e essa é a melhor arma que o governo possui para controlá-la;

-o governo foi lerdo demais - o que não é novidade - em perceber que alguma coisa de errado estava acontecendo com a valorização do "real". Não é possível que nossa moeda seja aquela que mais se valoriza em relação ao dólar no mundo inteiro. Mas era conveniente ter o dólar desvalorizado, para favorecer as importações e segurar os preços internos e cumprir as metas inflacionárias.

- como foi lerdo, agora terá que emitir um "pacote" que, se tiver efeito , fará o dólar subir o que poderá pressionar um pouco mais a inflação. Que fazer, aumentar os juros locais que já estão nas alturas ou "chorar sobre o leite derramado" ?

Por diversas vezes alertei para a valorização excessiva do "real", e que um dia teríamos que enfrentar a realidade. Parece que a hora chegou. Vamos, agora, testar a capacidade do governo em estabelecer regras que atinja seus objetivos e não crie impactos negativos na economia.

Esse é um tema que certamente ocupará a mídia pelos próximos dias, e os visitantes deste espaço poderão acompanhar a opinião de quem conviveu com o inesquecível Mário Henrique Simonsen, para quem "a inflação aleija mas o dólar mata". A situação , à época, era diferente mas o lembrete ainda é válido.

Lá fora, o pessimismo continua

A posição assumida ontem pelos FED - Banco Central Norte-Americano e alguns outros bancos centrais, de injetarem mais bilhões de dólares na economia para esvaziarem a bolha imobiliária e dar algum folego para recuperação economica americana, foi aceita de maneira bastante positiva pelos mercados. Os preços das ações subiram em todo mundo , muito otimismo e os comentários, àquela altura, eram ; agora vai.

Entretanto, lendo hoje comentários de analistas internacionais parece que a crise não tem fim. O volume de dinheiro colocado à disposição do mercado não é suficiente, diz o economista chefe da Merill Lynch, enquanto que o Financial Times publica matéria segundo a qual o problema da "bolha imobiliária " não seria de bilhões de dólares mas sim de dois ou tres trilhões de dólares.

Com esse clima de pessimismo, não há como estabelecer tregua no mercado e as transações com esses papéis voltarem à normalidade, com os descontos necessários. Não sei onde está a verdade mas o fato é que enquanto as pessoas não acreditarem que o FED, bancos centrais e governo americano estão no caminho certo, poderemos ter uma crise sem precedentes.

Os balanços do 1º trimestres dos bancos comerciais e de investimentos darão um pouco mais de luz `s essa discussão. O importante é que as autoridades envolvidas em salvar o sistema consigam virar essa página, para os mercados voltarem a atuar com alguma racionalidade.

Continuo firmemente acreditando que não haverá quebradeira no mercado (pois estamos falando de grandes bancos comerciais e de investimento) , mas que os bancos favorecidos pela ajuda do governo terão uma dura conta para pagar. Abril, quando saem os balanços trimestrais, será, para mim, o mes da verdade.

Até lá vamos conviver com a tradicional "volatilidade" , justificativa que o mercado inventou para não termos que dizer que não sabemos o que está acontecendo e o que vai acontecer.

Por enquanto, um chá de camomila ajuda a controlar a ansiedade e nervosismo.

terça-feira, 11 de março de 2008

As bolhas de quatro rodas

Hoje não irei falar da "bolha imobiliária", do Lula ou da "roleta global". O tema é "As bolhas de quatro rodas"

Infelizmente da mesma forma que a "bolha imobiliária" foi construida nos Estados Unidos, a cada dia fico mais preocupado com a possibilidade de termos nossa bolha no mercado financeiro, que diz respeito volume de carros novos colocados no mercado a cada dia. Graças a prazos a perder de vista ( 7/8 anos), juros convenientes, valorização do real e crescimento da economia que tornou todo mundo um "pouco mais rico", não fica difícil imaginar o dia em que muita gente não poderá pagar as prestações e o valor do carro - então usado - será maior do que a dívida. Como estamos falando de 7/8 anos, é muito provável que tenhamos alguma "barrigada" da econômia aí pela frente e que o poder aquisitivo - e talvez o emprego - sejam afetados.
Nós já vimos esse filme, com bancos e financeiras com pátios abarrotados de carros recebidos dos clientes inadimplentes, e o temor é que tal fenômeno aconteça novamente em escala maior.

Embora o Brasil esteja hoje em situação mais sólida - reservas internacionais praticamente cobrem a dívida externa - e menos vulnerável, temos muitas nuvens aí pela frente, além dos Estados Unidos que não é mais uma nuvem e sim uma violenta tormenta. O preço do barril do petróleo não pára de subir, a China está ameaçada pela alta da inflação e pode crescer menos nos próximos anos. Enfim, há motivos de sobra para acompanharmos com cautela.

Portanto, cabe agora aos bancos e financeiras olharem com mais rigor a concessão de crédito para que eventuais problemas futuros possam ser absorvíveis.

A segunda "bolha de quatro rodas" é pior ainda pois afeta toda a população paulista. Devido ao excesso de carros colocados no mercado, o trânsito que nunca foi bom por aqui, está ficando insuportável. Hoje, porque choveu pela manhã, segundo a Rádio Bandeirantes o congestionamento chegou a 186 km às 9,00 horas da manhã quando o record histórico em São Paulo, vem de 2004, com pouco mais de 190 km na hora do rush.

Com o andar da carruagem, mais carros nas ruas diariamente, São Paulo se tornará em breve uma cidade instransitável.Cabe ao prefeito tomar medidas alternativas com urgência para que o paulistano possa chegar ao trabalho no horário adequado, sem ser obrigado a sair 2 ou 3 horas mais cêdo de casa.Por compromissos assumidos, tive que cruzar a cidade esta manhã e sei o sacrifício que passei. E o pior é que, com trânsito congestionado, cresce o risco de você ser assaltado.

Sei que pouco será feito tanto numa bolha como na outra - cada um quer cometer seus próprios êrros - mas fica o registro e convite para os homens e mulheres de bem :
vamos todos pensar juntos numa solução para que nossa cidade não seja um amontoado de carros , cercada pelos rio Pinheiros e Tiete.

segunda-feira, 10 de março de 2008

"Uma fortuna real"

Na revista Veja que circula esta semana, temos uma matéria interessante que mostra as grandes fortunas do mundo e, em alguns casos, como elas foram conseguidas.

O primeiro da lista agora é o investidor Warren Buffett que com US$ 62 bilhões ultrapassou Carlos Slim e Bill Gates, dois mega-empresários que vivem de negócios e não de especulações financeiras.

O investidor afirma que ganhou muito dinheiro apostando contra o dólar ao redor do mundo ,e pela primeira vez informa que US$ 100,0 milhões vieram da compra de reais. Como o dólar enfraqueceu em relação a quase todas as moedas, o sr. Buffett tem ganho muito dinheiro nos últimos anos, fato que colocou-o no primeiro lugar da lista dos mais ricos do mundo.

O que não posso concordar com a revista é quando a repórter afirma que "a revelação de Buffett atiçou as críticas da turma que credita a valorização do real a certo artificialismo suicida do Banco Central Brasileiro . Balela . O problema não está na sobrervalorização do real, mas na desvalorização do dólar".

Certamente, essa é parte da verdade. Não podemos esquecer, entretanto, que por termos a taxa de juros mais alta do mundo, atraimos investidores externos para arbitragens. Acreditar que o real é a moeda que mais se valorizou contra o dólar representa a força do nosso país, isso sim é balela.Com exceção do fortalecimento da reservas internacionais, continuamos sendo o último vagão do trem dos países emergentes, crescendo muito menos do que deveriamos pois os reformas necessárias para o salto de qualidade do país continuam nas gavetas de Brasília.

Ao deixar o real sobrevalorizar mais do que deveria (porque estrangeiro pode comprar titulos do governo sem pagar imposto de renda e o brasileiro não pode ?) , estamos transferindo emprego para o exterior. Alguns setores (textil, tecidos, etc) já reduziaram suas atividades drásticamente pois a cotação do "dólar" não os deixa competir com a China. Agora vem o Iedi informar-nos que as importações de bens de capital cresceram 57,7% nos dois primeiros meses do ano, enquanto a expansão da produção interna deve ter ficado ao redor de 15,0%. Isto é, estamos importando alguns bens de capital que poderiam ser aqui produzidos, pois o preço local não é competitivo devido a cotação do dólar.Não é por outra razão que as importações estão crescendo mais do que as importações em 2008 e se não fossem as commodities nosso saldo da balança comercial seria um decepção quando comparado com o ano de 2007.

Ninguém pode negar, ainda, que o Banco Central está utilizando o dólar como âncora para segurar a inflação. O governo faz o mesmo com o preço do diesel e da gasolina, que não sofrem aumentos desde 2005.

Por essas e outras razões, fica difícil querer acreditar que não temos um artificialismo no preço das moedas no país. Como a inflação é o que importa, vamos acreditando que a valorização do real , nos níveis atuais, é só por culpa do enfraquecimento do dólar. Um dia essa conta será paga...quem viver, verá !

domingo, 9 de março de 2008

Estamos contaminados pela corrupção

No seu discurso - de improviso - frente oficiais e aspirantes da Polícia do Rio de Janeiro ontem, no Rio de Janeiro. o presidente Lula mais uma vez teria ganho grandes aplausos se tivesse ficado calado.

Dentro do seu tom habitual e sabedor que a corporação é frequentemente criticada por envolvimento em atos de corrupção , afirmou energicamente :

"Na PM tem corrupção? Tem.
E na política não tem ? Tem.
No empresariado não tem ? Tem.
No Pode Judiciário não tem ? Tem
Em todo segmento da sociedade tem".

E arrematou : " O que precisamos é separar o joio do trigo. A gente não corta uma laranja porque tem uma podre. A gente tira aquela laranja da árvore".

Em primeiro lugar é constrangedor vir a público dizer que o Brasil é um oceano de corrupção. Onde o vento sopra, há corrupção. Excelente "input" para melhorar nossa imagem no exterior.

Em segundo lugar é extranho que o presidente tenha esquecido do Poder Executivo ; será que lá não tem corrupção ? O "mensalão" resvalou pelo Planalto e o escândalo do "cartão de crédito corporativo" está aí a espera de que mais "usuários" sejam punidos. A CPI não anda e todos podem imaginar porque.

Em terceiro lugar, o que o presidente Lula deveria fazer era efetuar crítica enérgia à corrupção, e colocar todo seu arsenal bélico para coibi-la. Na medida que todo corrupto for colocado na cadeia, a situação vai certamente melhorar. Tirar uma laranja e jogar fora não é solução pois logo outras laranjas estarão podres.

É por essa e outras razões que defendo, desde já, a candidatura de Ciro Gomes para presidente da República em 2010. Parece-me o único que terá "coragem" para enfrentar essa triste realidade e não, simplesmente, acomodar-se com ela.

E, como membro da sociedade , e que trabalhou 50 anos até a aposentadoria ( e ainda continuo trabalhando aqui e outros lugares) não aceito que a "sociedade" seja assim genericamente envolvida no ról de corruptos. Há muita gente séria, honesta, trabalhadora neste país. Felizmente há, na minha concepção, mais gente honesta do que corruptos na sociedade brasileira. Mas as colocações do presidente Lula em nada contribuem para termos um país mais sério, respeitado aqui e lá fora.

No final, lamentavelmente a mensagem que ficou da fala do presidente é : "atenção, existe corrupção em todo o País".

Como ganhar dinheiro

Muita pretensão minha querer orientar todos os visitantes de como ganhar dinheiro nesse mercado de extremo nervosismo e volatilidade. Mas não posso deixar de dar minha opinião, de quem está no mercado e está sofrendo como a maioria.

O que se vê nos Estados Unidos é o FED e o governo fazendo tudo que podem para mudar o "humor" do americano. Há um clima de pessimismo que não ajuda em nada e enquanto essa situação não mudar, os novos problemas, por menores que sejam, adquirirão dimensões maiores pois sempre é "mais um" problema. Muito dinheiro está sendo jogado na economia e a perspectiva é que se não tivermos novas surpresas - o que parece difícil nessa altura do campeonato -a situção começara a melhorar em um ou dois trimestres. Se o governo conseguir convencer os agentes de mercado e a sociedade americana que assim será, os mercados antecipam e as coisas podem melhorar um pouco mais cedo. Hoje, porém, temos que apostar no clima de pessimismo, com o humor mudando aos poucos para melhor, caso a inflação não venha criar outro problema sério para os Estados Unidos resolver.

Portanto, a fórmula de "como ganhar dinheiro" é muito simples ... permanecer o mais conservador possível. Aqui no Brasil a poupança está crescendo , atingiu captação de R$ 1,4 bilhões em fevereiro . Neste anos de 2008 a captação líquida está positiva em R$ 2,6 bilhões , o que demonstra que os investidores estão saindo dos ativos de risco. Embora a poupança remunere relativamente pouco, mas como temos altas taxas de juros e poupança não paga imposto de renda, acada sendo um bom investimento nesse cenário de turbulência. Ninguém sabe para onde vai a Bolsa ( o que todos dizem é quem tiver "paciência" ganhará dinheiro no fim do ano ) e os fundos de hedge, multimercados, etc. estão também com performance ruim e às vezes negativa.. Para quem gosta deste instrumento, a regra agora é Fundo de CDI, que dá um ganho real intressante ao ano diante da nossa alta taxa de juro.

Para quem tem investimentos no exterior, a situação não é muito diferente. Ningúem também sabe para onde a Bolsa vai ( depende dos estilhaços da "bolha imobiliária") e a alternativa é fixar-se em porto seguro. Titulos do governo, CDs de curto prazo, que remuneram pouco nesse cenário de queda dos juros. Mas, pelo menos , prezervar-se o principal e ainda ganha-se alguns trocados em dólares.

Pelo que os srs/sras. podem verificar não reinventei a roda. Simplesmente desenhei um plano de investimentos para quem não quer aborrecer-se constantemente. Querer bancar o esperto ou a esperta e ganhar muito dinheiro agora, pode custar muito caro.

Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.

sábado, 8 de março de 2008

Dilma, a "mãe do PAC"

O presidente Lula teoricamente lançou seu candidato - na realidade, candidata - para sua sucessão em 2010. No evento realizado ontem em favelas do Rio de Janeiro ,quando cerca de um bilhão de reais foram colocados à disposição do PAC (Progama de Aceleração do Crescimento) para obras nas favelas do Complexo do Alemão, de Manguinhos e da Rocinha. Povo sofrido, que talvez nunca tenha visto um presidente de perto, o qual não titubeou em dizer que " a Dilma é uma espécie de uma mãe do PAC, pois é ela que cuida, que acompanha , que cobra o andamento das obras".

Isto é , se o programa der certo , e tem tudo para dar se o governo e empresários levarem-no a sério, o presidente Lula já tem um nome forte para substituí-lo em 2010. Não é uma má escolha, pois a impressão que se tem da ministra Dilma é que ela é uma mulher competente , enérgica e talvez um pouco prepotente( um pouco dona da verdade).

Portanto, já que o presidente Lula sinalizou sua preferência, quero também, desde já, deixar registrada a minha preferência, como simples eleitor que sou.

Creio que o José Serra tem, também, todas as condições de fazer um bom governo mas seu caminho para chegar à presidência é mais longo. Pois, se Lula subir no palanque com a Dilma, vai ser difícil vence-la ... a não ser que muita coisa mude nestes dois anos de mundo tumultuado. Sempre é uma possibilidade, por isso tudo que se fala à respeito de 2010 hoje não passa de especulação.

Entretanto, minha preferência considerando um mundo caminhando moderadamente até 2010 é o congressista Ciro Gomes. Conheço-o do tempo que foi ministro da fazenda - por pouco tempo, aliás - e ninguém pode negar que ele é um homem preparado. Um pouco agressivo, atrevido, ousado quando jovem, tenho a convicção que o Ciro Gomes de hoje não é o mesmo daqueles anos de ministro. Tem experiência administrativa, pois foi governador do Ceará, estudou nos Estados Unidos em excelente universidade, foi ministro do governo Lula e é congressista que não faz muito barulho.Bem casado, a impressão que se tem é que o Ciro Gomes é hoje um homem maduro, preparado para grandes desafios.

E aí está o motivo do meu voto. Precisamos que alguém que venha substituir o presidente Lula tenha a "coragem" - e isso ele tem - de dar um guinada neste país. Reduzir o número de secretarias e ministérios pela metade, reduzir os gastos do setor público, efetuar as reformas economicas e políticas que Lula ficará devendo, enfim, alguém que dê aquele "empurrão" que o Brasil precisa para tornar-se uma potência de verdade.

2010 ainda está longe - temos as eleições para prefeituras este ano - mas é bom já irmos pensando em alguém que possa , como novo presidente, dar aquela "chacoalhada" que o Brasil está precisando.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Bush versus Recessão

Com a divulgação que o número de empregos reduziu em fevereiro e os prognósticos de que os Estados Unidos já estão em recessão, os mercados, como era de se esperar, reagiram negativamente.

Devido a desconfiança e mau humor reinante no mercado americano, o presidente Bush veio agora à tarde à televisão para tentar acalmar os ânimos do povo americano. Disse que o "pacote" de mais de US$ 150,0 bilhões que foi aprovado pelo Congresso recentemente, começará a trazer efeitos na economia nas próximas semanas. Esse volume de dinheiro nas maõs dos consumidores, mais as ações do FED (vide comentário abaixo) deverão , segundo o presidente Bush, criar um clima mais positivo para a economia do país.

A verdade é que, a primeira reação do mercado foi negativa, pois as bolsas continuaram a cair. Aqui no Brasil a queda , àquela altura, estava mais acentuada e com volume pequeno, pois quando não temos dinheiro externo nas bolsas normalmente o volume é pequeno e os preços sempre caem bem mais do que nos Estados Unidos.

Mais um episódio dessa "roleta global" que está se arrastando por todos os continentes. Boas notícias, de fato, só mais para frente, quem sabe quando Papai Noel chegar.

Até lá muito chá de erva-cidreira para manter os nervos em dia.

FED versus Recessão

Pelas notícias vindas de NY, a maior economia do mundo já está em recessão e , pelo andar da carruagem, o segundo trimestre também aponta para pequeno crescimento negativo.

O FED - banco central americano - apesar dos riscos inflacionários deverá agir com mais cortes significativos na taxa de juro. Vai ser o desafio do FED num ano eleitoral onde a recessão só jogará contra o candidato republicano, que para mim tem muito pouco chance de vencer. A briga de verdade, creio eu, está entre os democratas que só têm a ganhar com esse quadro sombrio da economia americana, sob a administração Bush.

Portanto, haja volatilidade, pois o baixo astral nos Estados Unidos é evidente. Enquanto o otimismo ainda reina por aqui, os agentes de mercado da terra da "bolha imobiliária" andam de cabeça baixa. E deverão ficar assim por mais algum tempo.

A vez da Espanha

Todos aqueles que viajam certamente ainda se lembrarão do costrangimento que os brasileiros viveram nas suas viagens aos Estados Unidos ,depois do ataque às torres gemeas em 2001. Regras duríssimas foram estabelecidas pelas autoridades americanas, só faltava eles mandarem a gente tirar a roupa , pois sapato, casacos , etc tinham que ir para a cadeira ao lado.

No nosso entender ( não no deles ) as novas regras eram exageradas e devido a reclamação em massa dos viajantes brasileiros, o governo brasileiro não tardou em estabelecer regras semelhantes para norte-americanos entrarem no Brasil. A lei da reciprocidade foi implementada, muito americano que conheço chiou das exigências e da demora de passar pela alfândega, mas era o que o nosso governo tinha que fazer.

Agora, chegou a vez da Espanha. Os jornais divulgam diariamente que brasileiros foram barrados na sua entrada por Madrid e , depois de alguns dias de abandono no aeroporto, foram deportados para o Brasil. Não se fala outra coisa hoje em dia e não dá para entender porque o Itamarati não agiu tão rápido como fez com o governo-americano. A Espanha merece "tratamento especial" nesse "affair" ?

Estima-se que 3.000 brasileiros tiveram que retornar em 2007 assim que pisaram no aeroporto espanhol, e em dois meses de 2008 cerca de 600 foram igualmente devolvidos. Os espanhóis alegam que Madrid tem sido porta de entrada na Europa para o caminho da prostituição - o que, em parte, deve ser verdade - mas acontece que muita gente que vai a trabalho ou simplesmente passeio recebe o mesmo tratamento.

Hoje cedo os jornalistas estavam em Guarulhos aguardando a chegada de 20 brasileiros que foram devolvidos, ontem, para seu aeroporto de partida. Igualmente , reportava-se que a Bahia devolveu ontem 8 espanhóis para Madrid pois não possuiam ticket de volta, não possuiam cartão de crédito e apenas uma quantidade de dinheiro que não condizia com o período de estada no Brasil

Todos, igualmente, sabem, que aviões mais aviões vindos da Europa chegam no nordeste do Brasil para apreciar as praias brasileiras e para a prática do "turismo sexual". Meninas novas, preços insignificantes atraem muita gente para o nordeste hoje,infelizmente.

Portanto, o Itamarati , ou mesmo o presidente Lula, tem que dar um basta nessa situação. Olho por olho. Se a Espanha é a bola da vez, que seja. Embora tenhamos nossos pecados, não somos um país habitado só por bandidos e os espanhóis sabem muito bem disso.

O que recomendo para os turistas é que deixem a Espanha de lado ,pois a Europa possue lugares muito mais interessantes para serem visitados. Aqueles que forem a trabalho, que sigam as regras para não passarem o mesmo vexame de outras centenas de brasileiros. E quem quer entrar na Europa para viver da prostituição, que fique alguns dias no aeroporto - de castigo - e que sejam mandados
de volta. Vamos, pelo menos nesse episódio, tentar preservar a imagem do nosso país.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Ninguém na frente

Como todos sabem , o BC manteve a taxa de juro Selic em 11,25% pois o "desconforto" com a inflação futura ainda persiste... e nada de correr risco.

Com isso, de acordo com cálculos efetuados por Amir Antonio Khair ex-secretário das finanças de São Paulo, o Brasil passou a ter a taxa de juro real mais alta do mundo. É bom não esquecermos que os juros reais são calculados descontando da taxa básica a inflação projetada para os próximos 12 meses.

Com a redução de juros e inflação nos países emergentes e com a manutenção dos 11,25% ,passamos a Turquia que ficou em 2º lugar.

Brasil, portanto, em 1º lugar com taxa real de juro de 6,73% , Turquia em 2º com 6,69%, Austrália em 3º com 4,89, México em 4º com 4,18% e Inglaterra em 5º lugar com 3,23% e assim por diante.

Com essa taxa de juro, o câmbio utilizado para âncora da inflação e o preço da gasolina e querosene que não aumentam desde 2005 ,embora o barril de petróleo alcançasse ontem preço record de mais de $ 104,00 o barril, o IPEA veio hoje aos jornais propondo freio à entrada de dólar.

Eu , com a minha ignorância, creio que estamos brincando com "fogo". Não podemos aguentar essa taxa de juro pelo resto da nossa vida, bem como o real valorizando frente ao dólar para que o governo fique bem na "fotografía"....

Sarney fica

Enquanto os Estados Unidos lida com seus sérios problemas, a China mostra sua grande preocupação com relação à inflação (veja abaixo) , a grande notícia por aqui foi que Sarney fica. Isto é, como conseguiu colocar afilhado seu como presidente da Eletrobras, desistiu da licença para escrever um novo livro. Com isso o Senado fica "fortalecido" com Sarney e outros companheiros que o seguiriam, o que dá mais poder ao governo.

Como se sabe, a CPI dos "cartões de crédito" já está passando para o esquecimento pois nosso eficiente Congresso não conseguiu ainda definir "quem será o que" nessa outrora importante CPI. Com as discussões e negociações intermináveis nos corredores do Congresso, o povo vai voltando atenção para os fatos mais recentes. Aparentemente isso é tudo o que o governo quer.

A China nos holofotes

Enquanto todos os economistas e analistas continuam acompanhando de perto o que acontece nos Estados Unidos - teremos ou não recessão, será suave, prolongada ? - a China deve merecer um pouco mais de atenção de nossa parte. Grande comprador das nossas commodities, enfrenta neste começo de ano a forte ameaça da inflação. Em janeiro subiu 7,1% em relação a janeiro de 2007, principalmente devido ao aumento dos preços de alimentos e habitação.

O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, não esconde que essa é sua prioridade número um que certamente afetará mais a classe rural que tem uma renda per-capita de 1/4 da população humana.

De nada adianta ter uma China que cresceu 65% desde 2002 ver o desenvolvimento belissimo de Shangai e Beijing, por exemplo, e a classe rural ainda mais sacrificada do que é hoje.

Portanto, para nós, que temos a China como grande parceira comercial, todo cuidado é pouco. Em 2007 a China cresceu 10% e os prognósticos agora são mais modestos, com crescimento de "apenas" 8% em 2008.

Vamos, pois, colocar a China nos nossos holofotes.

Ainda o Citi

De acordo com o presidente-executivo do Citigroup, Vikram Pandit, "o banco é sólido, bem capitalizado e a maioria das unidades é de empresas dinâmicas e prósperas".

Este é, também, o sentimento de alguns analistas de NY. Um deles disse-me ontem que o maior problema que o Citi enfrenta hoje é que o mercado está muito focado nos problemas relativos a "bolha imobiliária" e deixando de ver o lado positivo do banco. Certamente que o Citi tem problemas, mais prejuizos para constabilizar, mas existem setores e unidades que continuam gerando receitas - como aqui no Brasil - para fazer frente às necessidades de provisões.

A preocupação existe mas, segundo amigos de NY, o Citi não está parado e pretende virar essa página negra tão logo quanto possível ( creio que em dois ou tres trimestres).

Continuamos alertas mesmo porque com a esperada solução dos problemas do Citi o mercado certamente se acalmará.

terça-feira, 4 de março de 2008

Citi news

A situação do Citibank lá nos Estados Unidos continua difícil. Eu que sou crítico do "management" do Brasil ( Lula & Cia) tenho que me penitenciar. O nível de incompetência do "ex-management" do Citi ( foram,felizmente, colocados na rua) era bem maior do que vemos por aqui.

Mas não se desesperem. O Citi terá mais prejuizos para reportar devido a "bolha imobiliária" e o FED ( Banco Central Americano ) terá ainda muito trabalho para acalmar a situação, Mas creio firmemente que quem tem dinheiro no Citi não irá perder e aqueles que tem ações terão que ter um pouco de paciência. Boas novas, mesmo, só para o ano que vem.

Vejam o estrago que a "filosofia do bonus" fez no meu ex-banco e fiquem alertas para o fato. Quanto mais dinheiro um banco ganha mais ele tem que apertar os controles para não devolver em dobro.

O Citi, mais uma vez, será um "case study" como o foi no começo da década de 90. A sorte é que ele é "too big to fail"...e o FED sabe muito bem das implicações.

Estamos acompanhando, vamos continuar acompanhando e conviver com a "volatilidade" que a situação do Citi e de outros bancos que também "deram o passo maior do que as pernas" , irão proporcionar.

São os custos da "roleta global".

Tudo pela inflação

É de elogiar-se o empenho do governo em manter a inflação sob controle. Nosso objetivo é termos uma inflação de primeiro mundo, e lutar por ela. O Banco Central não faz outra coisa, tanto é que o presidente Henrique Meirelles, que sempre foi conservador com relação a taxa de juro (Selic) e muito criticado no passado, hoje não aparece mais nas páginas dos jornais para responder aos costumeiros questionamentos. Nossa taxa real de juro é uma das maiores do mundo, atrai muito capital especulátivo, mas o que "importa" é que a inflação está sob controle.

Tudo seria muito bonito se o "controle" da inflação ficasse por aí. Com o dólar utilizado como âncora (preços importados mais baratos forçam queda dos preços dos produtos produzidos localmente) , o real já é a moeda que mais se valorizou em relação do dólar, o que não tem lógica alguma. O que fizemos de diferente nesses últimos anos em reformas, fortalecimento dos pilares da economia etc. para justificar tal performance ? Muito pouco , quase nada, O governo manteve a responsabilidade fiscal ( embora ele, governo, continue aumentando seus gastos acima da inflação) e não fez nada que criasse preocupações lá fora. O governo Lula tem a cara do governo Fernando Henrique Cardoso no que diz respeito ao relacionamento externo e todos estão muito felizes.

O real valorizado em excesso está começando a criar problemas para a balança comercial, pois o superavit comercial de fevereiro é o menor desde junho de 2002, isto é, apenas $ 880 milhões contra $ 3,32 bilhões em 2007. Ai importações crescem em ritmo acelerado enquanto as exportações comportam-se como o último vagão do trem. E a medíocre performance das exportações é devida ao câmbio irreal, pois muitas empresas locais não conseguem mais competir com produtos importados, especialmente chineses. Milhares de empregos foram perdidos na área textil e calçadista, e muitos outros setores serão igualmente duramente afetados caso o panorama continue o mesmo.

Agora, a última notícia dessa política "tudo pela inflação o resto a gente vê depois", foi o resultado exibido ontem pela Petrobras, quando os lucros cairam 17,0% em relação ao ano anterior. Essa companhia que é um dos orgulhos deste país, também sofre com "tudo pela inflação". Embora o governo venha com várias explicações para justificar esse resultado negativo, a verdade é que o preço da gasolina e do diesel não sofrem aumentos desde 2005 embora o preço do barril do petróleo tenha atingido a marca história de mais $ 100.00. E todos sabem que mais de 50% das receitas da Petrobrás estão diretamente ligados aos preços do diesel e da gasolina. É lamentável que tal aconteça, pois a Petrobrás necessita de mais recursos para investimentos adicionais, pois o nosso solo oferece excelentes oportunidades de nos tornamos um grande produtor de petróleo e gás.
Mas, como um aumento do preço da gasolina e do diesel (todo o transporte no Brasil é efetuado em cima de 4 rodas ) jogaria um pouco de lenha na inflação, o governo vai empurrando com a barriga.

Nossa sorte ( ou sorte do presidente Lula e do ministro Mantega) é que as commodities continuma nos dando alegria, e quando a safra da soja começar os resultados serão diferentes, para melhor. Os preços desse produto estão lá em cima, tudo parecerá muito bonito como no mar de Abrantes.

Temos, pois, que continuar torcendo para que a economia norte-americana não mergulhe na recessão e que a China continúe comprando nossas commodities.

Embora não seja economista e sei que hoje a situação externa do Brasil é muito melhor do que aquela que tivemos nos últimos 20 anos ( reservas internacionais acima de $ 190,0 bi oferecem um conforto que nunca tivemos) , não me agrada nenhum pouco ver a "política cambial" ( ou falta dela ) ser utilizada para resolver todos os problemas relativos a inflação, pois não há bem que sempre dure e mal que nunca acabe. Um dia , aí pela frente, essa conta será paga....e espero que não fique cara demais.

domingo, 2 de março de 2008

O cassino global

Neste domingo pela manhã, nada de novo nas áreas econômica ou política. Vale ,apenas, mais um comentário sobre o mercado global, que está mais próximo de um "cassino global".

Depois de uns dias de calmaria na bolsa de São Paulo, na 6ª feira o mundo ruiu. E tudo porque "descobriu-se" que os problemas com as bancos americanos, iniciados com o sub-prime, não estão resolvidos e temos surpresas quase que diariamente.

Ora, meu Deus, este já é um fato conhecido de todos. A situação bancária norte-americana, devido a incompetência dos seus dirigentes e falta de controles adequados, é dificil e ainda teremos surpresas por mais um ou dos trimestres, no mínimo. Essa é a realidade, não haverá quebradeira mas prejuizos para aqueles que ajudaram a formar a "bolha imobiliária". O FED está atento, fará o que for necessário para contornar a situação pois é co-responsável pelos problemas. Onde estava a fiscalização bancária que deixou a "bolha" crescer indefinidamente ?

Portanto, meus amigos e amigas. Os "especialistas" nesse "cassino global" certamente levam vantagem nas altas e quedas enquanto o investidor desavisado não sabe como se defender. O certo, dizem os consultores aqui no Brasil, é que para o fim do ano a bolsa de valores dará alegrias. Até lá, muita "volatilidade", palavra criada pelos "experts" para justificar prejuizos inesperados.

Eu, como sou um mero investidor sem raizes nesse mercado, fico a mercê dessa "volatilidade" . Portanto, aqueles como eu que colocam um pouco de dinheiro na bolsa pois querem ganhar alguns reais a mais, muita cautela. Apoie-se em quem realmente conhece esse mercado ou vá para o CDI, que é o porto seguro, com retorno garantido acima da inflação. E espere a tormenta passar.

sábado, 1 de março de 2008

Lula, o eterno líder sindical

O que se viu ontem na TV e hoje estampado nas páginas de todos os jornais é, no mínimo, lamentável. A "briga de palavras" com o judiciário demonstra que o nosso Lula, infelizmente, quando fala de improviso esquece que é presidente da República e volta a ser o combativo líder sindical, com fala grossa e raivosa. Talvez o "povão" - que o coloca nas alturas - aprecie essa maneira de ser, de um homem que não tem papas na lingua. Mas certamente a grande parte da população esclarecida não apoia tal comportamento e, muitas vezes,simplesmente desliga a TV.

Gostariamos de ver o presidente não ao estilo Hugo Chavez e Evo Morales, mas sim com postura de um líder do primeiro mundo. Todos nós criticamos o presidente Bush pelo que fez nos últimos anos, culminando com o ataque ao Iraque e agora sem saber o que fazer com aquele país e os seus soldados lá postados.Embora a pressão sobre ele seja grande, não me lembro de tê-lo visto na TV com postura diferente daquela que um presidente deve ter. Esse é apenas um exemplo, o mais próximo e questionável, mas já dá para demonstrar nossa distância quando o primeiro mandatário se manifesta publicamente.

Pelo fato do presidente do TSE afirmar que o programa "Territórios da Cidadania" poderá ser contestado publicamente, Lula afirmou ,em seu tom habitual ,que "seria tão bom se o Poder Judiciário metesse o nariz apenas nas coisas deles" assim como deveriam fazer o Legislativo e o Executivo. O presidente do TSE, Marco Aurélio Mello, polêmico muitas vezes, respondeu tranquilamente que "não vejo qualquer extravasamento por pare do judiciário e fiquei perplexo com o que foi veiculado pelo presidente e com a agressividade do próprio presidente". Mais adiante afirma, ainda , que "acredito que ele( Lula) tenha se empolgado . Só estranhei a acidez. Mas relevo porque ele estava num ambiente político".

Enfim, o mal estar foi causado, Judiciário e Legislátivo não gostaram do que ouviram e o presidente Lula , certamente, está convencido de ter agido corretamente .

O que fica no ar é se depois dessas explosões vem o arrependimento do presidente, ou não. É assim que o presidente deve agir em casos pontuais - que não são poucos - pois é isso que o distingue junto ao povão, correto ?

Esse julgamento não pertence a mim e sim a todos os brasileiros que acompanham o que acontece neste país. Num momento em que a economia vai bem, o otimismo é grande no país, nunca se vendeu tantos automóveis no mês de fevereiro, não seria o caso do presidente ser mais "light" nessas ocasiões, mais a postura do primeiro mandatário do país do que de um líder sindical ?

Para mim, que estou numa fase da vida que quero paz e harmonia, é muito doloroso ter que conviver com essa "acidez" .... barulho por barulho, confusão por confusão, prefiro ver as eventuais disputas e o choro dos meus netos, pois sei como lidar. Quanto ao que acontece em Brasília, deixa pra lá pois não tenho a mínima competência para jogar o jogo político.