sexta-feira, 30 de novembro de 2007

A guerra da CPMF

A CPMF que deveria ser um fato econômico, transformou-se numa aguerrida batalha política. Todos sabem que a oposição (no Senado) continua dizendo que não quer a renovação da CPMF para ir ganhando tempo e pressionar o governo Lula a fazer mais concessões. Pois se a discussão passar para 2008, aquilo que for aprovado só poderá ser implementado 90 dias após. Seria uma perda de receita substancial.

Essa possibilidade (e a enventual rejeição à CPMF pura e simplesmente) vem fazendo o Governo perder o contrôle. Durante a semana o ministro Mantega veio a público para dizer que se a CPMF não for prorrogada "novos impostos" cobrirão os R$ 40 bilhões perdidos. Em momento algum o ministro fala em "apertar os cintos" e reduzir as despesas o que faria qualquer empresa que perdesse receitas e tivesse que equilibrar seu caixa.

Ontem foi a vez do conhecido Lula (duro e raivoso) vir à TV para dizer que "quem teme a CPMF é sonegador".Como quem deve aprovar ou não a prorrogação da CPMF são os senadores, a declaração de Lula implica em acreditar que entre os Senadores da oposição há "sonegadores". Os sonegadores que de fato existem por esse Brasil afora, estão assistindo a discussão de camarote, visto que não fazem parte do processo. Aos empresários, que Lula também colocou como eventual sonegadores,a afirmação (ou insinuação) não faz sentido algum. Pois o empresário paga a CPMF para o banco(que transfere para o Governo) mas adiciona o valor pago no preço final dos produtos. Isto é, quem paga CPMF no Brasil é o consumidor pessoa física e nada mais.

Vamos ver até onde vai essa "batalha" política. Se , desta feita, o Senado joga realmente duro , não aprova a renovação da CPMF e deixa o Governo com problemas a resolver em 2008 ou, como quase sempre acontece, termina em "pizza". Um pouco mais de dinheiro aqui, cargos alí, e tudo fica em paz, com a conta ficando para o contribuinte.

Triste país este em que vivemos, onde temos um governo que só olha a linha de receitas (controlar ou cortar despesas não é com ele) e com políticos que ficam fazendo o "jogo político" que melhor interessa a eles próprios e aos seus partidos.Quando é que daremos um basta à esta situação ?