quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Lula reage como nos velhos tempos

Aquele presidente Lula tranquilo, risonho, mais na base "paz e amor" voltou ontem para seu temperamento agressivo, explosivo, que não gostamos de ver na TV. Revoltado com os insistentes comentários com relação a falta de gás, problemas futuros de energia etc., fez valer seu poder de comunicação que deve ter deixado o povão satisfeito. Mas demonstrou, claramente, que a nossa preocupação não é em vão, o presidente também começa a ser afetado com os "apagões" aéreos, do gás e, creio eu, pela batalha no Senado com relação a CPMF. A negociação está mais difícil do que parecia , os dias vão passando, e a tensão vai aumentando. Há uma "batalha" política em jogo - os R$ 40 bilhões envolvidos são uma consequência - sem data para terminar.

Como parece que ninguém em Brasília quer propor uma proposta conciliadora, levando em conta os interesses dos contribuintes, os próximos dias e semanas serão ricos em novos acontecimentos.

Portanto, que o presidente Lula esteja preparado para enfrentar essa nova realidade, pois na minha maneira de ver o futuro não parece tão roseo quanto o passado recente.
Voltaremos a esse assunto no nosso artigo de domingo do JB, e 2ª feira na Gazeta Mercantil e neste espaço.

O perigo chinês

Enquanto que diariamente temos notícias ruins ou contraditórias vindas dos Estados Unidos, lá do outro lado do mundo, na China, a história parece ser bem diferente. Grandes bancos norte-americanos estão com sérios problemas ( e não irão parar por aí ), a economia está ameaçando fraquejar e já há quem diga que os próximos trimestres o crescimento será baixissimo, muito mais perto de 1% do que dos 3,9% do terceiro trimestre recém findo. É um cenário que preocupa pois, queiram ou não, os Estados Unidos continuam sendo a locomotiva do mundo . O dólar em queda possibilita maiores exportações , o que causa algum alívio com relação ao emprego para os americanos.

Lá na China, entretanto, a situação é bem diferente. De acordo com a revista The Economist, o anuncio , em fins de Outubro,de que o Industrial and Commerial Bank of China compraria 20%do Standard Bank , no Africa do Sul, por US$5,6 bilhões , é um bom exemplo da nova estratégia de investimento da China. Com tais aquisições os chineses estão subindo calculados degraus em sua estratégia de longo prazo. Até recentemente as aquisições fora da China geralmente envolviam a obtenção da maioria das ações das companhias de petróleo, gás e commodities em mercados em desenvolvimento. De 2004 para cá os investimentos estão aumentando progressivamente e graças ao extraordinário volume de reservas internacionais ( acima de US$ 1,4 trilhões) em alguns anos a China estará espalhada pelo mundo todo.

Cuidado, pois, com o "inimigo" chines. Nossa balança comercial com eles ja está negativa e a tendência, com o real supervalorizado que temos, é a diferença aumentar.