domingo, 20 de abril de 2008

Até qualquer dia

Como pode ser verificado no meu blog junto ao O Globo On-line, estou interrompendo minhas atividades jornalísticas por assumir novas responsabilidades. Mais informações ainda estão disponíveis no site do O Globo On-line.
Grato pela atenção e interesse durante todo esse tempo.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Novo Endereço

Prezados Visitantes,

Conforme informei ontem, já a partir de hoje meu blog está sendotransferindo para o site do globo On Line. O endereço para acesso a meublog , portanto, passará a ser oglobo.globo.com/blogs/alcides

Espero continuar contando com o apoio de todos aqueles que estiveramconosco até agora, visitando, lendo, comentando, criticando. É um novodesafio para mim mas creio que , juntos, venceremos mais essa etapa eteremos um novo blog mais ativo por passarmos a participar do site OnLine de um dos maiores e mais prestigiados jornais do país.

Grato,

Alcides Amaral

terça-feira, 18 de março de 2008

Blog vai mudar de endereço

Prezados visitantes hoje não tivemos notícias novas - e temos uma "quentinha" sobre o Citi para amanhã ou depois -pois estamos no processo de mudar nosso blog para o site do Globo On Line. Fomos convidados e aceitamos pois cremos que no site de um dos maiores jornais do país poderemos alcançar um público mais amplo (de todo o Brasil) e obter maior repercussão dos nossos artigos, notas e comentários.

Para os visitantes que nos prestigiam nada mudará. Informaremos antes da mudança qual o novo endereço do nosso blog e espero que continuem conosco.

Meu filho Ricardo e responsável pela parte técnica está envolvido no processo para que o novo blog entre no ar o mais rápido possível.

Grato

Alcides Amaral

segunda-feira, 17 de março de 2008

Parabens ao Mestre Tamer

Para que o ambiente fique um pouco mais leve e agradável, gostaria de aproveitar a oportunidade de enviar meu abraço ao velho mestre Alberto Tamer que completou 50 anos de jornalismo econômico neste fim de semana.

É uma figura já legendária em São Paulo e agora afirma que pretende voltar à Amazônia, onde esteve há anos, para escrever um livro. Certamente será mais uma grande contribuição para a literatura e governo brasileiros.

Nosso abraço, pois, e que Deus o proteja .

Estados Unidos comanda a "roleta global"

A "roleta global" adquiriu uma velocidade e "veracidade" de espantar. Boato atrás de boato, tudo que o FED e o governo americano fazem não é suficiente, ainda não chegamos no "fundo do poço", se é que esse poço tem fundo. Só falta falarem que o FED vai quebrar pelo suporte que tem dado aos bancos e mercados.

Um coisa é certa ; os jovens, agressivos, formados nas melhores escolas americanas, suspensório colorido, neste ano de 2008 receberão menos bonus, se é que receberão algum. A "farra do bonus" dos últimos anos que nos levou a situação atual acabou,"for the time being". E muitos deles irão, ainda perder o emprego, quando os bancos começarem a efetuar o "ajuste de estrutura" que deverão fazer tão logo o prejuizo com a "bolha imobiliária" tenha sido reconhecido nos seus balanços. O 1ºtrimestre já mostrará um pouco desta verdade e o 2º trimestre de 2008 deverá deixar tudo à limpo. Aí, esperamos, a "roleta global" reduzirá sua fúria impulsionada pelos agentes de mercado dos Estados Unidos, principalmente.

A compra do Bear Stern pelo JPMorgan foi efetuada às pressas pois não havia tempo a perder. O mercado atacou o banco de investimento norte-americano que ficou impossibilitado de honrar seus compromissos ... faltou liquidez ... e banco só quebra por falta de liquidez. Embora o valor pago aos acionistas tivesse sido inferior a U$ 300 milhões,o custo para o JPMorgan será bem maior. Considerando-se todos os valores envolvidos na aquisição, incorporação, demissões, etc. estima-se que o custo total ficará em torno de US$ 6,0 bilhões. Parece ser um bom negócio para um banco que contou com a ajuda do FED para "resolver" um problema. O futuro dirá.

Paralelamente , o FED criou outra linha para dar liquidez aos bancos ( FDCF- Primary Dealer Credit Facility) e, igualmente, a outras instituições consideradas "não bancárias". É a 1ª vez desde a Grande Depressão de 29 que o FED age dessa maneira, o que deve ter assustado ainda mais o mercado. A pergunta é ; o FEd está agindo rapidamente para resolver os problemas ou ele próprio não sabe da magnitude deles e vai reagindo quando as necessidades aparecem ?

Porque ninguém sabe a resposta correta é que a "roleta global" gira aceleradamente e acaba, na visão desses players, atingindo todo o mercado mercado.
Alguém já imaginou que a maior economia do mundo pudesse ter o todo o sistema financeiro insolvente ? Isso seria possível ? O que aconteceria com o restante dos países ? O que aconteceria com o dólar e com os títulos do tesouro norte-americano ?

Como se vê, isso é coisa séria demais para tanta especulação. Creio que está faltando o FED reunir todos os banqueiros , mostrar-lhe a sua realidade , e solicitar, ou melhor, exigir apoio de todos para o bem da Nação. Pois uma "quebradeira" nos Estados Unidos ( no que NÃO acredito ) seria a instalação de uma crise sem precedentes, e nem a ilha de Fernando de Noronha ficaria livre dos impactos dela.

Portanto, vamos ter um pouco de paciência, bom senso e, por que não, sangue frio.
Estamos falando de coisas sérias e a boataria desenfreada deve ficar para outra hora, quando o ambiente estiver mais relaxado e o céu de brigadeiro dar sinal de sua graça novamente.

FED em ação

A "herança maldita" deixada por Greenspan - a famosa "bolha imobiliária" - continua fazendo estragos. O FED do sr. Bernanke nunca trabalhou tanto e neste fim de semana deu uma solução para o banco de investimentos Bear Stern(adquirido pelo JP Morgan) e baixou a taxa de redesconto dos bancos.

Mas como a impressão agora quase generalizada é de que os Estados Unidos já estão em recessão ( o pacote do Bush de cerca de US$ 170 bilhões ainda não fez o efeito desejado), o cenário é quase de fim de mundo, o que não é o caso. As bolsas no mundo todo abriram a semana em baixa e a moda agora é investir commodities com o que os preços irão subir ainda mais criando inflação no mundo todo.

Portanto, alerta pessoal. Vamos ser cautelosos nos nossos gastos e nos nossos investimentos. A chuva, fina e fria, chegou para ficar por algum tempo.

domingo, 16 de março de 2008

Lula de volta ao trabalho

Depois da Veja dessa semana destacar a afirmação de Lula ( tomando banho de mar) que "eu não posso crer que apenas eu queira trabalhar, os parlamentares não", o que os parlamentares tem a fazer é colocar o rabo debaixo das pernas e permanecerem nos seus "redutos eleitorais". É a maneira mais fácil e prática de enfrentar esse desafio, pois sabemos que parlamentar trabalha 3 dias por semana mas possui 40 dias de férias, além das faltas às sessões pois ninguém é de ferro para passar muito tempo em Brasília.

Embora a crítica seja pertinente ( temos um Congresso que produz pouco ou quase nada em favor do povo ) , é de chamar a atenção o comportamento de Lula nos últimos dias. A afirmação acalorada que no Brasil temos corrupção em todo lugar - somos uma Nação onde a corrupção impera - deixou-nos abismados pois é obrigação dele, como presidente combater a corrupção.

E agora, o que pretende com o Congresso? Destruí-lo mais do que já está destruído pelos seus próprios representantes ? Colocar-se como o único homem que o "povão" deve respeitar pelas suas benesses e seu jeito de falar de líder sindical ?

Não sei o que está por trás de tudo isso. O que o Lula não faz - mas deveria fazer com urgência - era diminuir o tamanho da sua "máquina" para poupar um pouco a população com a carga excessiva de impostos. Enquanto isso não for feito, continuaremos a ser um país de apadrinhados, que gasta muito mais do que pode e deve.E é por isso que desde já assumi o Ciro Gomes como meu candidato....aquele que tem "coragem" para mudar a "cara" deste país, começando por um enxugamento do setor público.

sábado, 15 de março de 2008

Citi fortalecido no Brasil

Baseado numa reunião informal do CEO do Citibank, Mr. Vikram Pandit, com analistas em NY, a M. Lynch emitiu relatório ontem reportanto alguns dos assuntos discutidos. O mais importante para nós aqui no Brasil é quando o relatório diz que "It seemed clear that this will not be a process of splittting up Citi; in the targeted Emerging Markets, universal banking is a key strengh".

Em outras palavras, os principais mercados emergentes ( e o Brasil é um deles ) fazem parte da força global do Citibank. Isto não quer dizer que em Abril ou Maio sejam anunciados ajustes na estrutura de custo do banco como o todo e o Brasil também seja afetado, mas , pelo tom da conversa de Mr. Pandit e do relatório, o Citi no Brasil fica como está, fortalecido pois está contribuindo positivamente para a Organização. Creio que os "boatos" de venda estarão eliminados, de vez, em um ou dois meses.

Mr. Pandit encontra-se "excitado" com a maioria dos negócios, principalmente fora dos Estados Unidos. Estão havendo estudos para que se estabeleça "the right structure and management" mas os detalhes só serão oferecidos ao mercado no dia 9 de Maio, o chamado "Citi Day".

Até lá a M.Lynch mantem a ação do Citi como "neutral" embora suas projeções mostrem resultados excelentes a partir de 2009 ( lucro acima de US$ 20,0 bilhões).

Como ex-citibankense fico feliz com esse relatório, que não esconde as dificuldades atuais da organização, mas desenha um futuro muito positivo, com o Citi readquirindo a pujança que sempre teve.

Estamos acompanhando e torcendo pois afinal o Citi ainda é parte da nossa casa.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Chuvas de Março

Como acontece anualmente, as chuvas de Março chegaram, e com intensidade de mexer com toda a cidade. E com isso, o "céu de brigadeiro" que tínhamos até aqui em nossa economia também desapareceu. Dias mais sombrios pela frente, mais energia e criatividade serão exigidas do governo.

A ata de ontem do Copom já demonstra o pessimismo do Banco Central com relação ao nível da inflação e ameaça aumentar os juros para conter o consumo, que está forte e bastante alavancado em crédito.

Com o "início" da execução de uma nova política cambial, a expectativa é de que o dólar suba e o real deixe de valorizar-se como vinha acontecendo até agora. As medidas que começarão a vigorar na 2ª feira ainda parecem tímidas, algo mais terá que ser feito para que os exportadores de manufaturados e bens de capital possam voltar a ser competitivos no mercado internacional . Com relação ao capital externo de curto prazo, é cedo para avaliar o impacto. É certo que o dinheiro que entra para arbitrar contra o real não é bem-vindo e se, realmente, o Copom aumentar a taxa de juro interna, terá que olhar esse assunto novamente.

Embora o preço do barril do petróleo já tenha ultrapassado os US$ 110,0 o barril - devido ao enfraquecimento do dólar ao redor do mundo - por aqui nada acontece com o preço da gasolina e diesel. O governo sabedor de que qualquer aumento de combustível será fatal para a inflação, vem segurando-o desde 2005 e, com isso, descapitalizando a Petrobras que precisa de recursos e mais recursos para exploração de suas mais recentes descobertas. Sem falar nos prejuizos dos acionistas minoritários....

A grande solução, que ajudaria a resolver boa parte dos nossos males, seria o governo cortar seus gastos e deixa agir de como se o seu dinheiro caisse do céu e não viesse do bolso do povo e das empresas, via impostos. Mas ao contrário,o ministro do Planejamento veio ontem à TV para informar que o governo está contratando mais pessoal e dando aumento de salários generosos a um contingente enorme de pessoas.

Estamos, pois, no início de outra realidade e vamos ver como o governo se comporta. Creio que está chegando a hora da verdade mesmo porque , para complicar, a situação lá nos Estados Unidos ainda não está resolvida. Só a partir de meados de abril saberemos um pouco melhor como está a situação dos grandes bancos e o que será da economia americana daí para frente. Encerro por aqui, sem falar da China, pois aí minhs cabeça começa a ficar confusa.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Nova política cambial

O governo que sempre afirmava que a política cambial era o câmbio flutuante, finalmente se rendeu aos fatos e deu os primeiros passos na nova política cambial.
Digo os primeiros passos pois logo deverão vir outros pois as medidas tomadas ontem são benvindas mas não serão suficientes para recolocar o real no seu devido lugar. A própria Fiesp informa que essas medidas foram submetidas ao governo há 2 anos, mas ninguém tomou conhecimento delas.

A partir de 2ª feira os exportadores deixarão de pagar IOF - o que é mais do que justo - e os estrangeiros pagarão o tributo em 1,5% em aplicações de renda fixa e títulos públicos. Se tais medidas tivessem sido tomada há algum tempo, quando o dólar estava ao redor de R$ 2,00/R$2,20, a eficácia das medidas seriam bem maiores. Mas não preferiu onerar os exportadores com a perda da CPMF e continuou utilizando a queda do dólar como âncora para a inflação. O governo foi lerdo nas suas medidas - como é do seu feitio - e agora só nos resta a expectativa de como os mercados reagirão na próxima 2ª feira.

Pelo menos o governo acaba de concordar implicitamente que "política cambial" não é apenas deixar a moeda flutuar ao seu bél prazer, mas que medidas são necessárias quando há distorções significativas, como é o caso da valorização do real. Nossas reservas internacionais estão em níveis adequados, nossa dívida externa praticamente inexiste razões pelas quais não precisamos de dólares especulativos para, apenas criar distorções , no país. As bolsas não foram afetadas - e não devem sê-lo - e os investimentos de longo prazo igualmente.

Apesar do atraso em dar início a política cambial no governo Lula, parabéns ao ministro Mantega e equipe pelo ponta pé inicial. O Brasil vai bem internamente mas temos muito a fazer quando nos comparamos aos outros países emergentes. Basta, pois, mais ação pois a solução para os problemas estão por aí na cabeça de todos. Tem faltado muita vontade política para quebrarmos esse círculo vicioso e esperamos que agora vai.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Pacote para o dólar

Os jornais hoje estampam grandes manchetes informando que o governo está estudando medidas para segurar a valorização do real.

Enquanto tais medidas não forem estabelecidas, fica difícil dizer quais os efeitos positivos e negativos do anunciado "pacote".

Algumas verdades, porém, precisam ser ditas :

- o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, é a pessoa quem tem sido a mais ponderada no que diz respeito aos comentários referentes a valorização do real e os eventuais riscos que o país pode correr ;

- abaixar os juros locais seria o melhor caminho para colocar o "real" do seu lugar, na medida que o "real" deixasse de oferecer prêmio aos investidores e especuladores. Mas isso o governo não vai fazer pois a inflação está por aí, e essa é a melhor arma que o governo possui para controlá-la;

-o governo foi lerdo demais - o que não é novidade - em perceber que alguma coisa de errado estava acontecendo com a valorização do "real". Não é possível que nossa moeda seja aquela que mais se valoriza em relação ao dólar no mundo inteiro. Mas era conveniente ter o dólar desvalorizado, para favorecer as importações e segurar os preços internos e cumprir as metas inflacionárias.

- como foi lerdo, agora terá que emitir um "pacote" que, se tiver efeito , fará o dólar subir o que poderá pressionar um pouco mais a inflação. Que fazer, aumentar os juros locais que já estão nas alturas ou "chorar sobre o leite derramado" ?

Por diversas vezes alertei para a valorização excessiva do "real", e que um dia teríamos que enfrentar a realidade. Parece que a hora chegou. Vamos, agora, testar a capacidade do governo em estabelecer regras que atinja seus objetivos e não crie impactos negativos na economia.

Esse é um tema que certamente ocupará a mídia pelos próximos dias, e os visitantes deste espaço poderão acompanhar a opinião de quem conviveu com o inesquecível Mário Henrique Simonsen, para quem "a inflação aleija mas o dólar mata". A situação , à época, era diferente mas o lembrete ainda é válido.

Lá fora, o pessimismo continua

A posição assumida ontem pelos FED - Banco Central Norte-Americano e alguns outros bancos centrais, de injetarem mais bilhões de dólares na economia para esvaziarem a bolha imobiliária e dar algum folego para recuperação economica americana, foi aceita de maneira bastante positiva pelos mercados. Os preços das ações subiram em todo mundo , muito otimismo e os comentários, àquela altura, eram ; agora vai.

Entretanto, lendo hoje comentários de analistas internacionais parece que a crise não tem fim. O volume de dinheiro colocado à disposição do mercado não é suficiente, diz o economista chefe da Merill Lynch, enquanto que o Financial Times publica matéria segundo a qual o problema da "bolha imobiliária " não seria de bilhões de dólares mas sim de dois ou tres trilhões de dólares.

Com esse clima de pessimismo, não há como estabelecer tregua no mercado e as transações com esses papéis voltarem à normalidade, com os descontos necessários. Não sei onde está a verdade mas o fato é que enquanto as pessoas não acreditarem que o FED, bancos centrais e governo americano estão no caminho certo, poderemos ter uma crise sem precedentes.

Os balanços do 1º trimestres dos bancos comerciais e de investimentos darão um pouco mais de luz `s essa discussão. O importante é que as autoridades envolvidas em salvar o sistema consigam virar essa página, para os mercados voltarem a atuar com alguma racionalidade.

Continuo firmemente acreditando que não haverá quebradeira no mercado (pois estamos falando de grandes bancos comerciais e de investimento) , mas que os bancos favorecidos pela ajuda do governo terão uma dura conta para pagar. Abril, quando saem os balanços trimestrais, será, para mim, o mes da verdade.

Até lá vamos conviver com a tradicional "volatilidade" , justificativa que o mercado inventou para não termos que dizer que não sabemos o que está acontecendo e o que vai acontecer.

Por enquanto, um chá de camomila ajuda a controlar a ansiedade e nervosismo.

terça-feira, 11 de março de 2008

As bolhas de quatro rodas

Hoje não irei falar da "bolha imobiliária", do Lula ou da "roleta global". O tema é "As bolhas de quatro rodas"

Infelizmente da mesma forma que a "bolha imobiliária" foi construida nos Estados Unidos, a cada dia fico mais preocupado com a possibilidade de termos nossa bolha no mercado financeiro, que diz respeito volume de carros novos colocados no mercado a cada dia. Graças a prazos a perder de vista ( 7/8 anos), juros convenientes, valorização do real e crescimento da economia que tornou todo mundo um "pouco mais rico", não fica difícil imaginar o dia em que muita gente não poderá pagar as prestações e o valor do carro - então usado - será maior do que a dívida. Como estamos falando de 7/8 anos, é muito provável que tenhamos alguma "barrigada" da econômia aí pela frente e que o poder aquisitivo - e talvez o emprego - sejam afetados.
Nós já vimos esse filme, com bancos e financeiras com pátios abarrotados de carros recebidos dos clientes inadimplentes, e o temor é que tal fenômeno aconteça novamente em escala maior.

Embora o Brasil esteja hoje em situação mais sólida - reservas internacionais praticamente cobrem a dívida externa - e menos vulnerável, temos muitas nuvens aí pela frente, além dos Estados Unidos que não é mais uma nuvem e sim uma violenta tormenta. O preço do barril do petróleo não pára de subir, a China está ameaçada pela alta da inflação e pode crescer menos nos próximos anos. Enfim, há motivos de sobra para acompanharmos com cautela.

Portanto, cabe agora aos bancos e financeiras olharem com mais rigor a concessão de crédito para que eventuais problemas futuros possam ser absorvíveis.

A segunda "bolha de quatro rodas" é pior ainda pois afeta toda a população paulista. Devido ao excesso de carros colocados no mercado, o trânsito que nunca foi bom por aqui, está ficando insuportável. Hoje, porque choveu pela manhã, segundo a Rádio Bandeirantes o congestionamento chegou a 186 km às 9,00 horas da manhã quando o record histórico em São Paulo, vem de 2004, com pouco mais de 190 km na hora do rush.

Com o andar da carruagem, mais carros nas ruas diariamente, São Paulo se tornará em breve uma cidade instransitável.Cabe ao prefeito tomar medidas alternativas com urgência para que o paulistano possa chegar ao trabalho no horário adequado, sem ser obrigado a sair 2 ou 3 horas mais cêdo de casa.Por compromissos assumidos, tive que cruzar a cidade esta manhã e sei o sacrifício que passei. E o pior é que, com trânsito congestionado, cresce o risco de você ser assaltado.

Sei que pouco será feito tanto numa bolha como na outra - cada um quer cometer seus próprios êrros - mas fica o registro e convite para os homens e mulheres de bem :
vamos todos pensar juntos numa solução para que nossa cidade não seja um amontoado de carros , cercada pelos rio Pinheiros e Tiete.

segunda-feira, 10 de março de 2008

"Uma fortuna real"

Na revista Veja que circula esta semana, temos uma matéria interessante que mostra as grandes fortunas do mundo e, em alguns casos, como elas foram conseguidas.

O primeiro da lista agora é o investidor Warren Buffett que com US$ 62 bilhões ultrapassou Carlos Slim e Bill Gates, dois mega-empresários que vivem de negócios e não de especulações financeiras.

O investidor afirma que ganhou muito dinheiro apostando contra o dólar ao redor do mundo ,e pela primeira vez informa que US$ 100,0 milhões vieram da compra de reais. Como o dólar enfraqueceu em relação a quase todas as moedas, o sr. Buffett tem ganho muito dinheiro nos últimos anos, fato que colocou-o no primeiro lugar da lista dos mais ricos do mundo.

O que não posso concordar com a revista é quando a repórter afirma que "a revelação de Buffett atiçou as críticas da turma que credita a valorização do real a certo artificialismo suicida do Banco Central Brasileiro . Balela . O problema não está na sobrervalorização do real, mas na desvalorização do dólar".

Certamente, essa é parte da verdade. Não podemos esquecer, entretanto, que por termos a taxa de juros mais alta do mundo, atraimos investidores externos para arbitragens. Acreditar que o real é a moeda que mais se valorizou contra o dólar representa a força do nosso país, isso sim é balela.Com exceção do fortalecimento da reservas internacionais, continuamos sendo o último vagão do trem dos países emergentes, crescendo muito menos do que deveriamos pois os reformas necessárias para o salto de qualidade do país continuam nas gavetas de Brasília.

Ao deixar o real sobrevalorizar mais do que deveria (porque estrangeiro pode comprar titulos do governo sem pagar imposto de renda e o brasileiro não pode ?) , estamos transferindo emprego para o exterior. Alguns setores (textil, tecidos, etc) já reduziaram suas atividades drásticamente pois a cotação do "dólar" não os deixa competir com a China. Agora vem o Iedi informar-nos que as importações de bens de capital cresceram 57,7% nos dois primeiros meses do ano, enquanto a expansão da produção interna deve ter ficado ao redor de 15,0%. Isto é, estamos importando alguns bens de capital que poderiam ser aqui produzidos, pois o preço local não é competitivo devido a cotação do dólar.Não é por outra razão que as importações estão crescendo mais do que as importações em 2008 e se não fossem as commodities nosso saldo da balança comercial seria um decepção quando comparado com o ano de 2007.

Ninguém pode negar, ainda, que o Banco Central está utilizando o dólar como âncora para segurar a inflação. O governo faz o mesmo com o preço do diesel e da gasolina, que não sofrem aumentos desde 2005.

Por essas e outras razões, fica difícil querer acreditar que não temos um artificialismo no preço das moedas no país. Como a inflação é o que importa, vamos acreditando que a valorização do real , nos níveis atuais, é só por culpa do enfraquecimento do dólar. Um dia essa conta será paga...quem viver, verá !

domingo, 9 de março de 2008

Estamos contaminados pela corrupção

No seu discurso - de improviso - frente oficiais e aspirantes da Polícia do Rio de Janeiro ontem, no Rio de Janeiro. o presidente Lula mais uma vez teria ganho grandes aplausos se tivesse ficado calado.

Dentro do seu tom habitual e sabedor que a corporação é frequentemente criticada por envolvimento em atos de corrupção , afirmou energicamente :

"Na PM tem corrupção? Tem.
E na política não tem ? Tem.
No empresariado não tem ? Tem.
No Pode Judiciário não tem ? Tem
Em todo segmento da sociedade tem".

E arrematou : " O que precisamos é separar o joio do trigo. A gente não corta uma laranja porque tem uma podre. A gente tira aquela laranja da árvore".

Em primeiro lugar é constrangedor vir a público dizer que o Brasil é um oceano de corrupção. Onde o vento sopra, há corrupção. Excelente "input" para melhorar nossa imagem no exterior.

Em segundo lugar é extranho que o presidente tenha esquecido do Poder Executivo ; será que lá não tem corrupção ? O "mensalão" resvalou pelo Planalto e o escândalo do "cartão de crédito corporativo" está aí a espera de que mais "usuários" sejam punidos. A CPI não anda e todos podem imaginar porque.

Em terceiro lugar, o que o presidente Lula deveria fazer era efetuar crítica enérgia à corrupção, e colocar todo seu arsenal bélico para coibi-la. Na medida que todo corrupto for colocado na cadeia, a situação vai certamente melhorar. Tirar uma laranja e jogar fora não é solução pois logo outras laranjas estarão podres.

É por essa e outras razões que defendo, desde já, a candidatura de Ciro Gomes para presidente da República em 2010. Parece-me o único que terá "coragem" para enfrentar essa triste realidade e não, simplesmente, acomodar-se com ela.

E, como membro da sociedade , e que trabalhou 50 anos até a aposentadoria ( e ainda continuo trabalhando aqui e outros lugares) não aceito que a "sociedade" seja assim genericamente envolvida no ról de corruptos. Há muita gente séria, honesta, trabalhadora neste país. Felizmente há, na minha concepção, mais gente honesta do que corruptos na sociedade brasileira. Mas as colocações do presidente Lula em nada contribuem para termos um país mais sério, respeitado aqui e lá fora.

No final, lamentavelmente a mensagem que ficou da fala do presidente é : "atenção, existe corrupção em todo o País".

Como ganhar dinheiro

Muita pretensão minha querer orientar todos os visitantes de como ganhar dinheiro nesse mercado de extremo nervosismo e volatilidade. Mas não posso deixar de dar minha opinião, de quem está no mercado e está sofrendo como a maioria.

O que se vê nos Estados Unidos é o FED e o governo fazendo tudo que podem para mudar o "humor" do americano. Há um clima de pessimismo que não ajuda em nada e enquanto essa situação não mudar, os novos problemas, por menores que sejam, adquirirão dimensões maiores pois sempre é "mais um" problema. Muito dinheiro está sendo jogado na economia e a perspectiva é que se não tivermos novas surpresas - o que parece difícil nessa altura do campeonato -a situção começara a melhorar em um ou dois trimestres. Se o governo conseguir convencer os agentes de mercado e a sociedade americana que assim será, os mercados antecipam e as coisas podem melhorar um pouco mais cedo. Hoje, porém, temos que apostar no clima de pessimismo, com o humor mudando aos poucos para melhor, caso a inflação não venha criar outro problema sério para os Estados Unidos resolver.

Portanto, a fórmula de "como ganhar dinheiro" é muito simples ... permanecer o mais conservador possível. Aqui no Brasil a poupança está crescendo , atingiu captação de R$ 1,4 bilhões em fevereiro . Neste anos de 2008 a captação líquida está positiva em R$ 2,6 bilhões , o que demonstra que os investidores estão saindo dos ativos de risco. Embora a poupança remunere relativamente pouco, mas como temos altas taxas de juros e poupança não paga imposto de renda, acada sendo um bom investimento nesse cenário de turbulência. Ninguém sabe para onde vai a Bolsa ( o que todos dizem é quem tiver "paciência" ganhará dinheiro no fim do ano ) e os fundos de hedge, multimercados, etc. estão também com performance ruim e às vezes negativa.. Para quem gosta deste instrumento, a regra agora é Fundo de CDI, que dá um ganho real intressante ao ano diante da nossa alta taxa de juro.

Para quem tem investimentos no exterior, a situação não é muito diferente. Ningúem também sabe para onde a Bolsa vai ( depende dos estilhaços da "bolha imobiliária") e a alternativa é fixar-se em porto seguro. Titulos do governo, CDs de curto prazo, que remuneram pouco nesse cenário de queda dos juros. Mas, pelo menos , prezervar-se o principal e ainda ganha-se alguns trocados em dólares.

Pelo que os srs/sras. podem verificar não reinventei a roda. Simplesmente desenhei um plano de investimentos para quem não quer aborrecer-se constantemente. Querer bancar o esperto ou a esperta e ganhar muito dinheiro agora, pode custar muito caro.

Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.

sábado, 8 de março de 2008

Dilma, a "mãe do PAC"

O presidente Lula teoricamente lançou seu candidato - na realidade, candidata - para sua sucessão em 2010. No evento realizado ontem em favelas do Rio de Janeiro ,quando cerca de um bilhão de reais foram colocados à disposição do PAC (Progama de Aceleração do Crescimento) para obras nas favelas do Complexo do Alemão, de Manguinhos e da Rocinha. Povo sofrido, que talvez nunca tenha visto um presidente de perto, o qual não titubeou em dizer que " a Dilma é uma espécie de uma mãe do PAC, pois é ela que cuida, que acompanha , que cobra o andamento das obras".

Isto é , se o programa der certo , e tem tudo para dar se o governo e empresários levarem-no a sério, o presidente Lula já tem um nome forte para substituí-lo em 2010. Não é uma má escolha, pois a impressão que se tem da ministra Dilma é que ela é uma mulher competente , enérgica e talvez um pouco prepotente( um pouco dona da verdade).

Portanto, já que o presidente Lula sinalizou sua preferência, quero também, desde já, deixar registrada a minha preferência, como simples eleitor que sou.

Creio que o José Serra tem, também, todas as condições de fazer um bom governo mas seu caminho para chegar à presidência é mais longo. Pois, se Lula subir no palanque com a Dilma, vai ser difícil vence-la ... a não ser que muita coisa mude nestes dois anos de mundo tumultuado. Sempre é uma possibilidade, por isso tudo que se fala à respeito de 2010 hoje não passa de especulação.

Entretanto, minha preferência considerando um mundo caminhando moderadamente até 2010 é o congressista Ciro Gomes. Conheço-o do tempo que foi ministro da fazenda - por pouco tempo, aliás - e ninguém pode negar que ele é um homem preparado. Um pouco agressivo, atrevido, ousado quando jovem, tenho a convicção que o Ciro Gomes de hoje não é o mesmo daqueles anos de ministro. Tem experiência administrativa, pois foi governador do Ceará, estudou nos Estados Unidos em excelente universidade, foi ministro do governo Lula e é congressista que não faz muito barulho.Bem casado, a impressão que se tem é que o Ciro Gomes é hoje um homem maduro, preparado para grandes desafios.

E aí está o motivo do meu voto. Precisamos que alguém que venha substituir o presidente Lula tenha a "coragem" - e isso ele tem - de dar um guinada neste país. Reduzir o número de secretarias e ministérios pela metade, reduzir os gastos do setor público, efetuar as reformas economicas e políticas que Lula ficará devendo, enfim, alguém que dê aquele "empurrão" que o Brasil precisa para tornar-se uma potência de verdade.

2010 ainda está longe - temos as eleições para prefeituras este ano - mas é bom já irmos pensando em alguém que possa , como novo presidente, dar aquela "chacoalhada" que o Brasil está precisando.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Bush versus Recessão

Com a divulgação que o número de empregos reduziu em fevereiro e os prognósticos de que os Estados Unidos já estão em recessão, os mercados, como era de se esperar, reagiram negativamente.

Devido a desconfiança e mau humor reinante no mercado americano, o presidente Bush veio agora à tarde à televisão para tentar acalmar os ânimos do povo americano. Disse que o "pacote" de mais de US$ 150,0 bilhões que foi aprovado pelo Congresso recentemente, começará a trazer efeitos na economia nas próximas semanas. Esse volume de dinheiro nas maõs dos consumidores, mais as ações do FED (vide comentário abaixo) deverão , segundo o presidente Bush, criar um clima mais positivo para a economia do país.

A verdade é que, a primeira reação do mercado foi negativa, pois as bolsas continuaram a cair. Aqui no Brasil a queda , àquela altura, estava mais acentuada e com volume pequeno, pois quando não temos dinheiro externo nas bolsas normalmente o volume é pequeno e os preços sempre caem bem mais do que nos Estados Unidos.

Mais um episódio dessa "roleta global" que está se arrastando por todos os continentes. Boas notícias, de fato, só mais para frente, quem sabe quando Papai Noel chegar.

Até lá muito chá de erva-cidreira para manter os nervos em dia.

FED versus Recessão

Pelas notícias vindas de NY, a maior economia do mundo já está em recessão e , pelo andar da carruagem, o segundo trimestre também aponta para pequeno crescimento negativo.

O FED - banco central americano - apesar dos riscos inflacionários deverá agir com mais cortes significativos na taxa de juro. Vai ser o desafio do FED num ano eleitoral onde a recessão só jogará contra o candidato republicano, que para mim tem muito pouco chance de vencer. A briga de verdade, creio eu, está entre os democratas que só têm a ganhar com esse quadro sombrio da economia americana, sob a administração Bush.

Portanto, haja volatilidade, pois o baixo astral nos Estados Unidos é evidente. Enquanto o otimismo ainda reina por aqui, os agentes de mercado da terra da "bolha imobiliária" andam de cabeça baixa. E deverão ficar assim por mais algum tempo.

A vez da Espanha

Todos aqueles que viajam certamente ainda se lembrarão do costrangimento que os brasileiros viveram nas suas viagens aos Estados Unidos ,depois do ataque às torres gemeas em 2001. Regras duríssimas foram estabelecidas pelas autoridades americanas, só faltava eles mandarem a gente tirar a roupa , pois sapato, casacos , etc tinham que ir para a cadeira ao lado.

No nosso entender ( não no deles ) as novas regras eram exageradas e devido a reclamação em massa dos viajantes brasileiros, o governo brasileiro não tardou em estabelecer regras semelhantes para norte-americanos entrarem no Brasil. A lei da reciprocidade foi implementada, muito americano que conheço chiou das exigências e da demora de passar pela alfândega, mas era o que o nosso governo tinha que fazer.

Agora, chegou a vez da Espanha. Os jornais divulgam diariamente que brasileiros foram barrados na sua entrada por Madrid e , depois de alguns dias de abandono no aeroporto, foram deportados para o Brasil. Não se fala outra coisa hoje em dia e não dá para entender porque o Itamarati não agiu tão rápido como fez com o governo-americano. A Espanha merece "tratamento especial" nesse "affair" ?

Estima-se que 3.000 brasileiros tiveram que retornar em 2007 assim que pisaram no aeroporto espanhol, e em dois meses de 2008 cerca de 600 foram igualmente devolvidos. Os espanhóis alegam que Madrid tem sido porta de entrada na Europa para o caminho da prostituição - o que, em parte, deve ser verdade - mas acontece que muita gente que vai a trabalho ou simplesmente passeio recebe o mesmo tratamento.

Hoje cedo os jornalistas estavam em Guarulhos aguardando a chegada de 20 brasileiros que foram devolvidos, ontem, para seu aeroporto de partida. Igualmente , reportava-se que a Bahia devolveu ontem 8 espanhóis para Madrid pois não possuiam ticket de volta, não possuiam cartão de crédito e apenas uma quantidade de dinheiro que não condizia com o período de estada no Brasil

Todos, igualmente, sabem, que aviões mais aviões vindos da Europa chegam no nordeste do Brasil para apreciar as praias brasileiras e para a prática do "turismo sexual". Meninas novas, preços insignificantes atraem muita gente para o nordeste hoje,infelizmente.

Portanto, o Itamarati , ou mesmo o presidente Lula, tem que dar um basta nessa situação. Olho por olho. Se a Espanha é a bola da vez, que seja. Embora tenhamos nossos pecados, não somos um país habitado só por bandidos e os espanhóis sabem muito bem disso.

O que recomendo para os turistas é que deixem a Espanha de lado ,pois a Europa possue lugares muito mais interessantes para serem visitados. Aqueles que forem a trabalho, que sigam as regras para não passarem o mesmo vexame de outras centenas de brasileiros. E quem quer entrar na Europa para viver da prostituição, que fique alguns dias no aeroporto - de castigo - e que sejam mandados
de volta. Vamos, pelo menos nesse episódio, tentar preservar a imagem do nosso país.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Ninguém na frente

Como todos sabem , o BC manteve a taxa de juro Selic em 11,25% pois o "desconforto" com a inflação futura ainda persiste... e nada de correr risco.

Com isso, de acordo com cálculos efetuados por Amir Antonio Khair ex-secretário das finanças de São Paulo, o Brasil passou a ter a taxa de juro real mais alta do mundo. É bom não esquecermos que os juros reais são calculados descontando da taxa básica a inflação projetada para os próximos 12 meses.

Com a redução de juros e inflação nos países emergentes e com a manutenção dos 11,25% ,passamos a Turquia que ficou em 2º lugar.

Brasil, portanto, em 1º lugar com taxa real de juro de 6,73% , Turquia em 2º com 6,69%, Austrália em 3º com 4,89, México em 4º com 4,18% e Inglaterra em 5º lugar com 3,23% e assim por diante.

Com essa taxa de juro, o câmbio utilizado para âncora da inflação e o preço da gasolina e querosene que não aumentam desde 2005 ,embora o barril de petróleo alcançasse ontem preço record de mais de $ 104,00 o barril, o IPEA veio hoje aos jornais propondo freio à entrada de dólar.

Eu , com a minha ignorância, creio que estamos brincando com "fogo". Não podemos aguentar essa taxa de juro pelo resto da nossa vida, bem como o real valorizando frente ao dólar para que o governo fique bem na "fotografía"....

Sarney fica

Enquanto os Estados Unidos lida com seus sérios problemas, a China mostra sua grande preocupação com relação à inflação (veja abaixo) , a grande notícia por aqui foi que Sarney fica. Isto é, como conseguiu colocar afilhado seu como presidente da Eletrobras, desistiu da licença para escrever um novo livro. Com isso o Senado fica "fortalecido" com Sarney e outros companheiros que o seguiriam, o que dá mais poder ao governo.

Como se sabe, a CPI dos "cartões de crédito" já está passando para o esquecimento pois nosso eficiente Congresso não conseguiu ainda definir "quem será o que" nessa outrora importante CPI. Com as discussões e negociações intermináveis nos corredores do Congresso, o povo vai voltando atenção para os fatos mais recentes. Aparentemente isso é tudo o que o governo quer.

A China nos holofotes

Enquanto todos os economistas e analistas continuam acompanhando de perto o que acontece nos Estados Unidos - teremos ou não recessão, será suave, prolongada ? - a China deve merecer um pouco mais de atenção de nossa parte. Grande comprador das nossas commodities, enfrenta neste começo de ano a forte ameaça da inflação. Em janeiro subiu 7,1% em relação a janeiro de 2007, principalmente devido ao aumento dos preços de alimentos e habitação.

O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, não esconde que essa é sua prioridade número um que certamente afetará mais a classe rural que tem uma renda per-capita de 1/4 da população humana.

De nada adianta ter uma China que cresceu 65% desde 2002 ver o desenvolvimento belissimo de Shangai e Beijing, por exemplo, e a classe rural ainda mais sacrificada do que é hoje.

Portanto, para nós, que temos a China como grande parceira comercial, todo cuidado é pouco. Em 2007 a China cresceu 10% e os prognósticos agora são mais modestos, com crescimento de "apenas" 8% em 2008.

Vamos, pois, colocar a China nos nossos holofotes.

Ainda o Citi

De acordo com o presidente-executivo do Citigroup, Vikram Pandit, "o banco é sólido, bem capitalizado e a maioria das unidades é de empresas dinâmicas e prósperas".

Este é, também, o sentimento de alguns analistas de NY. Um deles disse-me ontem que o maior problema que o Citi enfrenta hoje é que o mercado está muito focado nos problemas relativos a "bolha imobiliária" e deixando de ver o lado positivo do banco. Certamente que o Citi tem problemas, mais prejuizos para constabilizar, mas existem setores e unidades que continuam gerando receitas - como aqui no Brasil - para fazer frente às necessidades de provisões.

A preocupação existe mas, segundo amigos de NY, o Citi não está parado e pretende virar essa página negra tão logo quanto possível ( creio que em dois ou tres trimestres).

Continuamos alertas mesmo porque com a esperada solução dos problemas do Citi o mercado certamente se acalmará.

terça-feira, 4 de março de 2008

Citi news

A situação do Citibank lá nos Estados Unidos continua difícil. Eu que sou crítico do "management" do Brasil ( Lula & Cia) tenho que me penitenciar. O nível de incompetência do "ex-management" do Citi ( foram,felizmente, colocados na rua) era bem maior do que vemos por aqui.

Mas não se desesperem. O Citi terá mais prejuizos para reportar devido a "bolha imobiliária" e o FED ( Banco Central Americano ) terá ainda muito trabalho para acalmar a situação, Mas creio firmemente que quem tem dinheiro no Citi não irá perder e aqueles que tem ações terão que ter um pouco de paciência. Boas novas, mesmo, só para o ano que vem.

Vejam o estrago que a "filosofia do bonus" fez no meu ex-banco e fiquem alertas para o fato. Quanto mais dinheiro um banco ganha mais ele tem que apertar os controles para não devolver em dobro.

O Citi, mais uma vez, será um "case study" como o foi no começo da década de 90. A sorte é que ele é "too big to fail"...e o FED sabe muito bem das implicações.

Estamos acompanhando, vamos continuar acompanhando e conviver com a "volatilidade" que a situação do Citi e de outros bancos que também "deram o passo maior do que as pernas" , irão proporcionar.

São os custos da "roleta global".

Tudo pela inflação

É de elogiar-se o empenho do governo em manter a inflação sob controle. Nosso objetivo é termos uma inflação de primeiro mundo, e lutar por ela. O Banco Central não faz outra coisa, tanto é que o presidente Henrique Meirelles, que sempre foi conservador com relação a taxa de juro (Selic) e muito criticado no passado, hoje não aparece mais nas páginas dos jornais para responder aos costumeiros questionamentos. Nossa taxa real de juro é uma das maiores do mundo, atrai muito capital especulátivo, mas o que "importa" é que a inflação está sob controle.

Tudo seria muito bonito se o "controle" da inflação ficasse por aí. Com o dólar utilizado como âncora (preços importados mais baratos forçam queda dos preços dos produtos produzidos localmente) , o real já é a moeda que mais se valorizou em relação do dólar, o que não tem lógica alguma. O que fizemos de diferente nesses últimos anos em reformas, fortalecimento dos pilares da economia etc. para justificar tal performance ? Muito pouco , quase nada, O governo manteve a responsabilidade fiscal ( embora ele, governo, continue aumentando seus gastos acima da inflação) e não fez nada que criasse preocupações lá fora. O governo Lula tem a cara do governo Fernando Henrique Cardoso no que diz respeito ao relacionamento externo e todos estão muito felizes.

O real valorizado em excesso está começando a criar problemas para a balança comercial, pois o superavit comercial de fevereiro é o menor desde junho de 2002, isto é, apenas $ 880 milhões contra $ 3,32 bilhões em 2007. Ai importações crescem em ritmo acelerado enquanto as exportações comportam-se como o último vagão do trem. E a medíocre performance das exportações é devida ao câmbio irreal, pois muitas empresas locais não conseguem mais competir com produtos importados, especialmente chineses. Milhares de empregos foram perdidos na área textil e calçadista, e muitos outros setores serão igualmente duramente afetados caso o panorama continue o mesmo.

Agora, a última notícia dessa política "tudo pela inflação o resto a gente vê depois", foi o resultado exibido ontem pela Petrobras, quando os lucros cairam 17,0% em relação ao ano anterior. Essa companhia que é um dos orgulhos deste país, também sofre com "tudo pela inflação". Embora o governo venha com várias explicações para justificar esse resultado negativo, a verdade é que o preço da gasolina e do diesel não sofrem aumentos desde 2005 embora o preço do barril do petróleo tenha atingido a marca história de mais $ 100.00. E todos sabem que mais de 50% das receitas da Petrobrás estão diretamente ligados aos preços do diesel e da gasolina. É lamentável que tal aconteça, pois a Petrobrás necessita de mais recursos para investimentos adicionais, pois o nosso solo oferece excelentes oportunidades de nos tornamos um grande produtor de petróleo e gás.
Mas, como um aumento do preço da gasolina e do diesel (todo o transporte no Brasil é efetuado em cima de 4 rodas ) jogaria um pouco de lenha na inflação, o governo vai empurrando com a barriga.

Nossa sorte ( ou sorte do presidente Lula e do ministro Mantega) é que as commodities continuma nos dando alegria, e quando a safra da soja começar os resultados serão diferentes, para melhor. Os preços desse produto estão lá em cima, tudo parecerá muito bonito como no mar de Abrantes.

Temos, pois, que continuar torcendo para que a economia norte-americana não mergulhe na recessão e que a China continúe comprando nossas commodities.

Embora não seja economista e sei que hoje a situação externa do Brasil é muito melhor do que aquela que tivemos nos últimos 20 anos ( reservas internacionais acima de $ 190,0 bi oferecem um conforto que nunca tivemos) , não me agrada nenhum pouco ver a "política cambial" ( ou falta dela ) ser utilizada para resolver todos os problemas relativos a inflação, pois não há bem que sempre dure e mal que nunca acabe. Um dia , aí pela frente, essa conta será paga....e espero que não fique cara demais.

domingo, 2 de março de 2008

O cassino global

Neste domingo pela manhã, nada de novo nas áreas econômica ou política. Vale ,apenas, mais um comentário sobre o mercado global, que está mais próximo de um "cassino global".

Depois de uns dias de calmaria na bolsa de São Paulo, na 6ª feira o mundo ruiu. E tudo porque "descobriu-se" que os problemas com as bancos americanos, iniciados com o sub-prime, não estão resolvidos e temos surpresas quase que diariamente.

Ora, meu Deus, este já é um fato conhecido de todos. A situação bancária norte-americana, devido a incompetência dos seus dirigentes e falta de controles adequados, é dificil e ainda teremos surpresas por mais um ou dos trimestres, no mínimo. Essa é a realidade, não haverá quebradeira mas prejuizos para aqueles que ajudaram a formar a "bolha imobiliária". O FED está atento, fará o que for necessário para contornar a situação pois é co-responsável pelos problemas. Onde estava a fiscalização bancária que deixou a "bolha" crescer indefinidamente ?

Portanto, meus amigos e amigas. Os "especialistas" nesse "cassino global" certamente levam vantagem nas altas e quedas enquanto o investidor desavisado não sabe como se defender. O certo, dizem os consultores aqui no Brasil, é que para o fim do ano a bolsa de valores dará alegrias. Até lá, muita "volatilidade", palavra criada pelos "experts" para justificar prejuizos inesperados.

Eu, como sou um mero investidor sem raizes nesse mercado, fico a mercê dessa "volatilidade" . Portanto, aqueles como eu que colocam um pouco de dinheiro na bolsa pois querem ganhar alguns reais a mais, muita cautela. Apoie-se em quem realmente conhece esse mercado ou vá para o CDI, que é o porto seguro, com retorno garantido acima da inflação. E espere a tormenta passar.

sábado, 1 de março de 2008

Lula, o eterno líder sindical

O que se viu ontem na TV e hoje estampado nas páginas de todos os jornais é, no mínimo, lamentável. A "briga de palavras" com o judiciário demonstra que o nosso Lula, infelizmente, quando fala de improviso esquece que é presidente da República e volta a ser o combativo líder sindical, com fala grossa e raivosa. Talvez o "povão" - que o coloca nas alturas - aprecie essa maneira de ser, de um homem que não tem papas na lingua. Mas certamente a grande parte da população esclarecida não apoia tal comportamento e, muitas vezes,simplesmente desliga a TV.

Gostariamos de ver o presidente não ao estilo Hugo Chavez e Evo Morales, mas sim com postura de um líder do primeiro mundo. Todos nós criticamos o presidente Bush pelo que fez nos últimos anos, culminando com o ataque ao Iraque e agora sem saber o que fazer com aquele país e os seus soldados lá postados.Embora a pressão sobre ele seja grande, não me lembro de tê-lo visto na TV com postura diferente daquela que um presidente deve ter. Esse é apenas um exemplo, o mais próximo e questionável, mas já dá para demonstrar nossa distância quando o primeiro mandatário se manifesta publicamente.

Pelo fato do presidente do TSE afirmar que o programa "Territórios da Cidadania" poderá ser contestado publicamente, Lula afirmou ,em seu tom habitual ,que "seria tão bom se o Poder Judiciário metesse o nariz apenas nas coisas deles" assim como deveriam fazer o Legislativo e o Executivo. O presidente do TSE, Marco Aurélio Mello, polêmico muitas vezes, respondeu tranquilamente que "não vejo qualquer extravasamento por pare do judiciário e fiquei perplexo com o que foi veiculado pelo presidente e com a agressividade do próprio presidente". Mais adiante afirma, ainda , que "acredito que ele( Lula) tenha se empolgado . Só estranhei a acidez. Mas relevo porque ele estava num ambiente político".

Enfim, o mal estar foi causado, Judiciário e Legislátivo não gostaram do que ouviram e o presidente Lula , certamente, está convencido de ter agido corretamente .

O que fica no ar é se depois dessas explosões vem o arrependimento do presidente, ou não. É assim que o presidente deve agir em casos pontuais - que não são poucos - pois é isso que o distingue junto ao povão, correto ?

Esse julgamento não pertence a mim e sim a todos os brasileiros que acompanham o que acontece neste país. Num momento em que a economia vai bem, o otimismo é grande no país, nunca se vendeu tantos automóveis no mês de fevereiro, não seria o caso do presidente ser mais "light" nessas ocasiões, mais a postura do primeiro mandatário do país do que de um líder sindical ?

Para mim, que estou numa fase da vida que quero paz e harmonia, é muito doloroso ter que conviver com essa "acidez" .... barulho por barulho, confusão por confusão, prefiro ver as eventuais disputas e o choro dos meus netos, pois sei como lidar. Quanto ao que acontece em Brasília, deixa pra lá pois não tenho a mínima competência para jogar o jogo político.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

"Carregando o elefante"

Como as pessoas devidamente formadas e informadas são pessimistas com relação ao futuro do Brasil - vir um dia a juntar-se aos países do primeiro mundo ao invés de liderar o 3º mundo - recomendo a leitura provocativa do livro "Carregando o Elefante" que propõe-se a apresentar a fórmula de "como transformar o Brasil no país mais rico do mundo".

Não o lí ainda por inteiro, é audacioso e simplesmente propõe um enxugamento brutal no setor publico. Os dois autores são formados pela FGV e acreditam nesse caminho alternativo para chegarmos ao primeiro mundo.

Estou escrevendo meu segundo livro - o primeiro, "Os limões da minha limonada" já me deu e ainda está me dando alegrias, pois já vendeu quase 7.000 exemplares- e certamente "Carregando o Elefante" fará parte dele.Terei, com certeza , minha opinião com relação ao livro pois quero saber se estamos falando de um "sonho" ou de uma , embora difícil, "realidade.

Tudo isso para dizer que ainda há pessoas bem formadas que acreditam que podemos mudar drasticamente este país, o que parece difícil com esse governo , congresso e "status quo" que temos aí. Mas vale à pena, no mínimo, sonhar pois o "paraiso é onde os sonhos se realizam".

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

O longo caminho para o primeiro mundo

Há alguns anos respondendo a uma pergunta efetuada por um brasileiro durante um almoço na Brazilian American Chamber de NY, o sr. John Reed, então chairman do Citicorp, assim se manifestou.

Pergunta :O que separa o Brasil do primeiro mundo ?

Resposta : US$ 50.000,00.

Pergunta : Pode elaborar ?

Resposta :US$ 50.000,00 é o valor de "embedded capital", per capita, investido pelos países do primeiro mundo.

Desânimo total. "Embedded capital" significa o montante total de capital raiz investido por habitante do país em escola, saúde, emprêgo, habitação, transportes, enfim infra-estrutura em geral, necessários para o cidadão ter boa qualidade de vida.

Como se vê, num país onde o governo economiza reais para pagar parte do juros da dívida interna, o caminho para que alcancemos padrão de primeiro mundo está bem longe.

Hoje, entretanto, lendo os jornais fiquei um pouco mais animado com o futuro dos meus netos, ao ficar sabendo que o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) está em vias de emprestar US$ 4,5 bilhões para o país, quase metade do valor destinado a América Latina. Esse dinheiro será para financiar projetos no setor privado e público em obras de infra-estrutura bem como em outras incluidas no PAC - Programa de Aceleração do Crescimento.

O mesmo jornal - Estadão - informa que os desembolsos do BNDES cresceram 62% ,nos 12 meses encerrados sem Janeiro de 2007 ,para financiamento de projetos de infra-estrutura ( cerca de R$ 26 bilhões ) , mais do que foi destinado à indústria ou qualquer outro segmento da economia. O câmbio irreal do país prejudicou a indústria mas o fato é que os projetos de infra-estrutura estão em andamento.

Esses dois fatos isolados não nos deixa otimistas ao ponto de achar que o primeiro mundo está logo alí virando a esquina. Entretanto, é um alento saber que, finalmente, alguma coisa estamos fazendo para encurtar nossa distância desses países que investiram os seus US$ 50.000,00 por habitante.

O que temos que fazer já é multiplicar nossos investimentos em educação e saúde, pois de nada adiantará uma melhor infra-estrutura em estradas, portos, geração de energia, etc. se nosso povo continuar analfabeto e com saúde debilitada. Creio que esse é um esforço de responsabilidade maior do governo federal, bem como com parcelas importantes dos estados, municípios e da sociedade como um todo.

Temos consciência de que esse é um processo de longo prazo, que fica mais longo quanto mais tempo demoramos para enfrentá-lo com seriedade. Temos que mostrar que o Brasil tem saída , não apenas por Cumbica ou Galeão.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Fabio Barbosa comanda Grupo Santander

Através comunicado recebido ontem à noite do ABN-AMRO, o ex-colega citibankense e presidente do ABN-AMRO REAL , Fábio Barbosa, será nomeado o máximo responsável por todos os negócios do Grupo Santander no Brasil, assim que sejam obtidas todas as autorizações correspondentes e o Banco Real se separe legalmente do Grupo ABN-AMRO. Gabriel Jaramilo, igualmente ex-citibankense da Colombia, prestará a partir de agora serviços de apoio e assessoria à Presidência do Grupo Santander, na Espanha.

O comunicado diz ,também, que o Banco Real, uma vez incorporado ao Grupo Santander, passará a fazer parte da Divisão América. Dada a especial relevância do País, após a compra do Banco Real, foi constituido um Comitê Corporativo de Seguimento, encabeçado pelo próprio presidente do Santander mundialmente, sr. Emilio Botin.

Esta informação nos deixa felizes por duas razões básicas. Em primeiro lugar, mais um grande conglomerado estrangeiro é presidido por um brasileiro no país. Isso demonstra a capacidade e o talento dos nossos profissionais. Em segundo lugar, e mais importante, é que o Fábio Barbosa, ex-parceiro no Citibank como também nas partidas de tenis no Clube de Campo São Paulo e no Pinheiros, é uma das pessoas mais competentes e íntegras que conheci em toda minha carreira. Neste momento em que os valores estão sendo ignorados - os escândalos e a podridão ocupam diariamente as páginas dos jornais - conquistas como mais essa do amigo Fabio nos dão o alento de que o Brasil ainda tem jeito.

Creio que todos aqueles que o conhecem estarão junto comigo desejando ao Fábio Barbosa, que também é presidente da Febraban, pleno êxito na sua nova empreitada.
Parabens, mesmo, amigo Fábio.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

As reformas e o bolso do povo

Depois de muitos meses de estudos elaborados pelo ministério da fazenda, o ministro Guido Mantega informou para alguns empresários na última semana o esboço da reforma tributária a ser encaminhada pelo governo ao Congresso. Alívio geral, a Receita Federal não está envolvida, então o Leão não deverá vir por aí.

O que cusou surpresa é que, desta vez, os empresários parece que gostaram do que viram e acreditam que finalmente teremos uma reforma tributária para tornar o país mais eficiente e menos honeroso para eles e o povo em geral.

Ledo engano, ouso afirmar. Não duvido que para os empresários a reforma possa ser positiva, pois só a redução do número de impostos com a introdução do IVA - Imposto de Valor Adicionado, já reduzirá o custo burocrático das empresas. Mas reduções de alíquotas em sí, que venham reforçar o bolso do povão é muito difícil, mesmo impossível, de acreditar.

Em primeiro lugar, os empresários lutaram para derrubar a CPMF e, pelo que eu saiba, as empresas não transferiram para o consumidor a redução advinda da eliminação do "imposto sobre cheques". A Fiesp que lutou arduamente para derrubar o imposto, deveria ,agora, efetuar o mesmo empenho para que a redução conseguida vá para o bolso de quem realmente paga impostos, pois as empresas só o repassam.

De estranhar, também, que o governo federal seja generoso e reduza alguma alíquota dos inúmeros impostos existentes, quando recentemente derramou "lágrimas de sangue" com a extinção da CPMF. "O governo não pode viver sem os R$ 40 bi ", diziam todos da cúpula governamental,inclusive o presidente Lula. O cenário agora mudou ? O governo já tem aonde buscar os R$ 40 bi e o adicional que colocará no bojo da reforma tributária ? Sinceramente, não dá para acreditar.

E os estados como ficarão desta vez ? Terão certamente menos verbas transferidas para seus estados ( com a perda da CPMF) e ainda concordarão em participar da reforma tributária com sua cota de sacrifício ? Impossível de acreditar (já estou ficando repetitivo). Como já dizia o Barão de Itararé, "Não é triste mudar de idéias ; triste é não ter idéias para mudar".

Na última tentativa do governo Lula de efetuar a reforma tributária, os governadores foram em peso para Brasília e acabaram com a brincadeira. Se ninguém abre mão de nada - governo federal, estadual e municipal - como é que poderemos ter uma reforma tributária que reduza o peso dos impostos para o contribuinte?

Portanto, dentro de alguns dias teremos o início da discussão em torno da reforma tributária, tão importante e tão aguardada. Com o "andar da carruagem" o máximo que poderemos ter é uma "mini-reforma" , com benefícios para os empresários , e se a Receita Federal não vier com nenhuma surpresa, quem sabe alguns reais a mais para o bolso do contribuinte pessoa física com a redução das alíquotasdo imposto de renda. Coisa pouca, é verdade, mas melhor do que nada.

Como já dizia um sábio e conhecido ex-ministro, "toda vez que o governo fala em reforma tributária é para aumentar impostos". Iremos ficar surpresos se essa máxima não prevalecer desta feita. Não há vontade política de ninguém no governo para abrir mão da sua receita, a favor da redução do valor do débito rotativo da maioria do povo brasileiro. Que se endividou para consumir e fazer a economia crescer e que, hoje, está ficando com os bolsos vazios.

O sonho do Ronaldo - 2

O comentário abaixo - sob mesmo título - foi escrito no domingo pela manhã , antesportanto da entrevista, com o ídolo Ronaldo, exibida pelo Fantástico ontem à noite e pelo Bom Dia Brasil hoje pela manhã, ambos programas da Globo.

Infelizmente, ouvindo as palavras medidas e pausadas do Ronaldo, ficou a quase certeza de que, agora, o que ele quer é se recuperar não para voltar a ser o artilheiro de sempre mas, sim, para estar em plenas condições físicas opara brincar e andar de bicicleta com seus filhos.

Foi um testemunho triste, o que nos leva a torcer ainda mais por sua recuperação. Queremos, vê-lo sim, realizando seu sonho de despedida do futeból defendendo a camisa do Flamengo no Maracanã. É essa, no mínimo, a festa que o ídolo Ronaldo merece.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

O sonho do Ronaldo

Já é do conhecimento daqueles que nos prestigiam com suas visitas, que neste espaço tratamos prioritariamente de assuntos econômicos e políticos. Mas quando acontece que temos algo a dizer sobre algum ídolo ( especialmente brasileiro, que são tão poucos) não importa qual a área de atuação. Portanto, vamos deixar nossa mensagem para o ídolo Ronaldo, que depois de uma cirurgia delicadíssima no ano 2000, seguiu as palavras de São Francisco de Assis "Faça o necessário, depois o possível e, de repente, estará fazendo o impossível".

E fez, com muita fibra e dedicação, aquilo que poucos acreditavam que ele poderia fazer. E foi mais longe ainda, nos deu a Copa do Mundo de 2002. Inesquecível o feito daquele homem, muitas vezes questionado, mas que superou a tudo e a todos.

E não é que 0ito anos depois, o mesmo Ronaldo, agora mais velho e um pouco mais pesado, foi novamente vítima do destino. O mesmo problema, delicadíssimo, só que agora na perna esquerda.

Volta a Paris, os mesmos médicos, a mesma cirurgia, e uma semana depois sai nosso ídolo do hospital, andando com dificuldades com o amparo de duas muletas.

Mais algo mudou, e para pior. Continua otimista, vai lutar para voltar a jogar e realizar seu sonho de terminar sua brilhante carreira na Flamengo, mas o semblante é bem diferente. E para pior.

Em fotos estampadas nos jornais de ontem, vemos o Ronaldo do ano 2000 saindo do hospital de bermuda, joelho à mostra, sorrindo e com uma camiseta onde a palavra "alegria" vem logo abaixo de um rosto redondo, emoldurado por um largo sorriso. Era um Ronaldo que inspirava confiança, em cujo semblante a fatalidade do acidente já era coisa do passado.

Agora, o Ronaldo de 2008, mais pesado, agasalhado, saiu do hospital de cabeça baixa, igualmente amparado por duas muletas. E o blusão ( e não mais uma camiseta) estampa uma caveira ao invés do rosto redondo , esbanjando alegria.

Sofri ao ver as fotos, pois a imagem que fica é que não teremos mais o "mesmo" Ronaldo. Nunca queria estar tão errado em minhas análises como agora, mas a superação de mais essa fatalidade será muito mais difícil do que a anterior. É moço ainda, ama o que faz, quer voltar a ser atleta e vestir a camisa do Mengão, mas o caminho será mais longo e sofrido.

Entretanto, embora os fatos nos fazem pessimistas com relação ao seu futuro como astro do futebol - ídolo já é, e continuará sempre sendo - a expectativa, e torcida, é que o nosso Ronaldo tenha a mesma fé e força e possa repeti São Francisco de Assis.

Seria justo , justíssimo, vê-lo encerrar sua carreira no Maracanã lotado , aplaudindo-o de pé. E isso acontecerá de uma maneira ou de outra. Correndo 90 minutos ou uns poucos minutos, não importa. O ídolo estará , em meses ou anos, realizando seu sonho ... e o povo brasileiro estará aguardando para aplaudí-lo

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Brasil aposenta Bill Rhodes

A grande notícia do dia , estampada em todos os jornais, diz respeito a mudança verificada nos últimos anos e que culminou agora , em Janeiro de 2008, quando o Brasil deixou de ser devedor para passar a ser credor internacional. É um fato a ser comemorado, um grande avanço nas contas externas o que , na prática, eliminou nossa eventual vulnerabilidade externa. Com reservas internacionais acima de US$ 180,0 bilhões, não há quem se atreva a "atacar" o real.

Com isso, o nosso velho e conhecido Bill Rhodes, que toda vez que visitiva o Brasil era sinal de que tinhamos algum problema com a dívida externa, pode tranquilamente aposentar-se em em relação ao nosso país. O Brasil - nem os bancos credores - irão precisar mais dos seus préstimos pois o trabalho realizado nos últimos anos e, em especial, a renegociação da divida externa entre 1991 e 1994 surtiram os efeitos desejados. O Brasil até alí considerado um "mau pagador", efetuou contrato de longo prazo com o governo Fernando H. Cardoso cujo acordo foi cumprido por sua administração e , igualmente, pela administração Lula. Tudo que foi escrito e combinado entre 1991 e 1994, foi fielmente honrado pelos dois presidentes brasileiros. Só isso já é um motivo de orgulho para nós que, por força das atribuições que tinhamos no Citibank, acompanhamos os penosos anos da década de 80 quando qualquer acordo assinado não durava mais do que dois ou tres anos.Portanto Bill, as portas de Brasília continuam abertas, para visitas de cortesia.

Hoje passamos a ser credores internacionais, as firmas brasileiras investem no exterior, o dólar deixou de tirar o nosso sono, pois está sobrando no caixa. E, aí, paradoxalmente, começa o perigo.

Já dizia o saudoso Mario Henrique Simonsen que "a inflação aleija, mas o câmbio mata". Hoje o real é a moeda mais valorizada do mundo em relação ao dólar, o que, convenhamos nós, não representa a nossa realidade.

Como a preocupação número "um" do Banco Central sempre foi controlar a inflação - o que, na teoria , não está errado - o dólar foi também utilizado como "âncora"para tal fim. Dólar fraco permite mais importações o que faz com que os preços internos caiam. Essa situação, que não causava preocupação até o ano passado, já deu forte sinal negativo em Janeiro 2008 quando o saldo da balança comercial foi o menor desde Junho de 2002. Isto é, nossas importações, devido ao real valorizado, estão crecendo bem mais rapidamente do que as exportações, especialmente de bens manufaturados. Com isso os elevados superavits comerciais ( exportação menos importação) tenderão a cair ao longo do ano.

Tudo isso para dizer que o Governo tem que estar alerta para essa supervalorização do real. Graças às nossas taxas de juros elevadas continuamos atraindo capitais especulativos para arbitragens e com isso o real vai fortalecendo-se até chegar ao perigoso nivel atual de R$ 1,70.

Como nossa situação externa está consolidada, cabe agora ao governo reduzir essas vulnerabilidades impondo prazos ou limites para capitais especulátivos, fazendo com que o investidor estrangeiro pague o mesmo imposto que pagamos quando compramos titulos do Tesouro Nacional e assim por diante. O Governo tem um "leque de alternativas", não as aplica pois está preocupado com a inflação ou tem medo que tais medidas atrapalhem nosso sonho de sermos "investment grade" ainda este ano.

O certo é que temos uma conta altíssima para ser paga e o Governo não pode continuar "empurrando com a barriga". Isto é, comprando dólares no mercado para não deixar que o real despenque de uma vez e deixando o problema para administrações futuras.

Hoje, entretanto, temos que comemorar o feito alcançado mas a ressaca não pode ser muito longa. Esse assunto "câmbio" ainda exigirá muita criatividade do governo para que não troquemos a preocupação do passado com o "dólar" pela do futuro com o "real".

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

"O Brasil progride enquanto dorme"

Com o título acima, o brilhante jornalista Arnaldo Jabor escreve um artigo hoje para o Caderno 2 do Estadão ( o mesmo Estadão que me fechou as portas sem que eu saiba direito porquê ), que deve ser lido.

Utilizando-se da frase dita por Oswaldo Aranha há 60 anos ( "O Brasil progride enquanto dorme) descreve com maestria o que acontece em nosso país.

Um país pràticamente sem governo, vai indo para frente e o presidente Lula ganhando pontos e mais pontos da população, pois a economia vai bem, o emprego e a renda melhoraram pois o setor privado está mais ágil, mais ativo. Os juros baixaram na ponta do consumidor, os prazos aumentaram, e muita gente passou a consumir, o que não fazia anteriormente. Há um clima de otimismo, justificável, nas classes menos favorecidas.

Mas aquele 1/3 da população que não aprova o governo, assim como Jabour e eu, ficamos desanimados em verificar que poderiamos tirar vantagem desse momento e colocar o Brasil próximo ao primeiro mundo. Com tres reformas apenas ( tributária, trabalhista e política) e alguma solução para o câmbio ( o real não pode continuar tão valorizado eternamente) , teriamos um país com os fundamentos em ordem, totalmente protegido contra qualquer crise externa. Mas não. O presidente vai ver o gelo de perto, o ministro fala de vez em quando e a impressão que fica é que quem trabalha, de fato, é o presidente do Banco Central. Pulso firme sempre que foi necessário, venceu barreiras políticas, implementou sua filosofia de trabalho, acredita que o Brasil não desperdiçou o bom momento mundial mas adverte que "ninguém está totalmente imune a uma séria crise internacional" (recessão nos Estados Unidos, problemas na China afetando suas importações de commodities, e assim por diante).

Esse é o Brasil que vivemos , enfrentando a famosa volatilidade no mercado financeiro, mas com sua economia caminhando forte internamente. Os escaândalos estão por aí ( os cartões corporativos já não é o último deles) mas nada afeta este país que progride enquanto o governo dorme.

É outra lição que este jornalista sem pasta está aprendendo. Muitas vezes, não governar é melhor do que governar.... deixa o setor privado ditar as regras. Que o Congresso continue dormindo também é um alívio para nós. Só espero que tudo isso não passe de um sonho e que este seja o começo de um novo Brasil. Tenho minhas dúvidas, mas estou torcendo para estar errado e o presidente Lula faça tudo aquilo que ainda não fez pois o povo brasileiro merece. Afinal, ninguém tem 2/3 de aprovação da população por acaso... este fato temos que respeitar.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

As complicações da "bolha imobiliária"

Amigos e amigas leitores deste espaço, infelizmente ( ou felizmente) a cada dia estou aprendendo que sei menos do que achava que sabia. Depois de aprendermos o que é "sub-prime", vieram os problemas com cartões, emprestimos pessoais, enfim, toda e qualquer operação que atinge a pessoa física no gigantesco mercado financeiro norte-americano.

Agora, acabo de receber relatório da Merrill Lynch com o titulo "Auction market securities failure ; what happenende ? O texto nos informa que um "unprecedented" numero de leilões de "market securities" falharam na semana passada e especialmente no dia 13/2/08. O não êxito dos leilões atingiram os " student loan securities", municipal bonds e "taxable" e "non-taxable" funds.

Mais para frente o texto afirma que efetuará os comentários iniciais sobre o futuro "of ARPs and CEFs" que também foram atingidos por essa "unprecedented"falta de liquidez. Isto é , a falta de liquidez é um problema ainda grande nos Estados Unidos, mesmo depois de todas ações tomadas pelo FED e governo norte-americano.
E não tenho a menor idéia do que seja "ARP" ou"CEF"...

Honestamente, agora, não sei qual será o fim dessa situação por total falta de imcompetência e/ou desmando administrativo dos "banqueiros" e "operadores" norte-americanos. Certamente ganharam bonus milionários, mas colocaram tudo a perder.

Uma coisa que eu sei, pois aprendi e apliquei em toda minha vida, é que toda vez que o mercado ou as operações tornam-se mais sofisticadas, o nível de controle tem que ser mais efetivo. Auditoria interna, auditoria externa, banco central, todos devem estar com os "dois olhos abertos" para essa nova realidade para não acontecer o que está acontecendo e que ninguém, repito, ninguém sabe qual será o fim. Continuo firmemente acreditando que os grandes brancos permanecerçao vivos pois são "too big to fail", embora o Citigroup não atendeu a resgate significativo em um dos seus fundos de hedge do mercado americano no fim da ultima semana. Mau sinal, muito mau sinal.

Portanto, aqueles que acompanham os mercados local e internacional que fiquem de olhos bem abertos e ouvidos bem atentos. Cada novo dia poderemos ter novidades que mudarão o cenário que desenhamos no dia anterior. O negócio é no dia-a-dia e muito sangue frio. Essa será minha estratégia, pois enquanto não entender TUDO o que estiver acontecendo ( e não creio que chegarei lá ) tenho que colocar "as barbas de molho".

Triste situação criada pela filosofia dos "bonus" e da ausência total ( ou incapacidade total) das autoridades fiscalizadoras.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Bernanke e o mercado

A fala do presidente do FED ao Senado americano ontem foi de uma clareza e sinceridade que temos que respeitar. Foi realista quando disse que os problemas ainda existem, que nada será resolvido em um trimestre, mas que a economia americana não entrará em recessão pois o governo ( e o Fed) estão agindo e agirão sempre que necessário.

Isto é, "o problema está aí, ainda não todo resolvido, mas estamos , agora, tomando as necessárias decisões e assim será daqui para frente."

Mais uma vez, eu leigo nesse mercado, não entendo o que o "mercado" queria ouvir. Disse o que deveria ser dito, pelas palavras do Bernanke não tem maiores crises aí pela frente ( recessão, etc) e agora todos estão vigilantes. Daí a reação do mercado, para baixo , mais parece que é "jogo de vendidos" ou daqueles que quiseram se apropriar dos lucros de 3 dias de altas no mercado acionário.

Por isso, continuo afirmando que essa "roleta global" é só para entendidos, pois tem muitos "MBAs" espalhados pelo mundo tomando decisões que favorecem seu negócio e não aquilo que seria mais adequado para o mercado como um todo.
Mais uma vez,a volatilidade vai continuar, ela é oportuna para alguns e os novos fatos(que acontecerão semanalmente) darão o tom pelo peso que os "analistas" consideram adequado.

Continuo acreditando que as boas empresas valem , na maioria das vezes, mais do que o mercado representa hoje, pois são bem posicionadas, lucrativas, e com planos sólidos de crescimento. Quem "casar" com uma delas não irá perder no longo prazo, mas no curto brazo quem manda é a "roleta global", infelizmente.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

O vinho e o mercado de ações

Como, de acordo com Louis Pasteur, "há mais filosofia e sabedoria numa garrafa de vinho , que em todos os livros" aprovetei o fim da noite de ontem para, com minha taça de vinho acompanhada do inseparável queijo, meditar um pouco sobre o mercado de ações e o que ouvi durante o almoço com um grupo grande de amigos e entendidos no assunto. Para mim a Bolsa é uma "roleta global", onde o dinheiro gira rapidamente e aqueles que não entendem o mecanismo desse difícil mercado, acaba sempre perdendo. Entra na hora errada e sai na hora errada.

Fui buscar, então, um pouco de "sabedoria" na taça de vinho e efetuar uma análise própria do que acredito irá acontecer até o final deste ano de 2008.

Não creio, em primeiro lugar, que a economia americana entrará em recessão. Haverá queda de crescimento, mais desemprego, mas o governo procurará fazer tudo que estiver ao seu alcance - assim como FED - para as coisas permaneçam sob controle.Os bancos estão sendo olhados com cuidado, linha de redesconto a 4,00% ao ano ajuda muito a renegociar a carteira dos inadimplentes do setor imobiliário bem como daqueles que se financiam de outras formas, inclusive cartão de crédito.

A grande dúvida é se os grande bancos já lançaram no balanço todos os prejuizos acumulados ou está sobrando alguma coisa para os próximos trimestres. Portanto, para que tenhamos uma visão melhor é bom irmos com cautela e montando posições em ações ( aqueles que conhecem o mercado ) ao longo do tempo.

Certamente o Brasil sofrerá menos do que os Estados Unidos, por várias razões. Depois de mais um gole de vinho e de "sabedoria" fica claro que nossa inflação interna permanecerá comportada, o país crescerá algo como 4,00% / 4,50% pois os preços das "commodities" continuam em alta. Portanto, o perigo poderá vir da China, que é a maior responsável pelo nível de preços das "commodities". Nossas taxas internas de juros também devem permanecer no nível atual - altas mas já absorvidas pelo mercado - e o real continuará super-valorizado por mais algum tempo.

Enfim, terminando minha taça de vinho, não parece que teremos grandes desastres aí pela frente e, se assim for, a "roleta global" poderá voltar a girar a nosso favor . Sofremos muito em Janeiro de 2008 pois houve retiradas maciças de recursos estrangeiros da Bolsa, e para tais valores não há reposição com dinheiro local. Eu, como leigo nesse mercado, mas que sofre por manter uma carteira de ações , fico mais confiante pois acredito que o cenário externo não será tão ruim como antes previsto ( embora a tal de "volatilidade" estará por aí de tempos em tempos). Se dependesse das ações internas do nosso governo, acredito que nem a "filosofia e sabedoria" da garrafa de um bom vinho resolveria. Aí teriamos que voltar aos livros, que é um processo mais desgastante e menos saboroso.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Guga, o campeão !

Preferi deixar os cartões corporativos de lado ( mesmo depois da nova declaração do presidente Lula que é a favor da divulgação dos gastos pela internet, excluindo-se, porém, as despesas com segurança - isto é, investiguem os outros mas não minha família), para ocupar este espaço com uma pessoa que merece todo nosso respeito e admiração. O maior campeão brasileiro de tenis entre os homens ( não podemos omitir a inesquecível Maria Esther Bueno, imbatível à sua época) despediu-se ontem, na Costa do Sauipe, das quadras de tenis aqui no Brasil. Foi uma derrota indiscutível para um argentino, mas o importante da festa ficou para depois do fim da partida.

Com o microfone nas mãos nosso campeão Guga agradeceu aos presentes, sua família, seu técnico , os brasileiros que sempre o apoiaram e, em lágrimas, afirmou que "não é que eu não queira mais continuar jogando, peço até desculpas, mas é que não consigo mais". Depois dos problemas nos quadris, Guga nunca mais conseguiu ser mais o mesmo e está aposentando-se precocemente, aos 31 anos de idade.

Neste Brasil onde a podridão impera, ver aquele campeão derramar lágrimas saídas do corração, mexeu com todos. Mesmo assistindo ao episódio pelo Bom Dia Brasil da TV Globo, hoje pela manhã ,enquanto tomava meu chá, não pude também conter as lágrimas. Foi um momento de muita emoção, onde um campeão chorava como crianças por "não poder mais defender seu país".

Fato raro, de extrema sensibilidade, que merece não apenas nossas lágrimas (como acontece agora novamente) mas nossos aplausos a esse brasileiro de Santa Catarina.

Guga fará falta nas quadras mas deixou para nós brasileiros, desiludidos pelo que acontece neste país, a esperança de que ainda temos pessoas que reagem como seres humanos, puros, que derramam lágrimas pelo término de uma missão.

Parabens, Guga. Você será sempre o nosso campeão e ajude-nos a formar novos campeões como você.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

O Brazil com "z"

O Brasil visto lá de fora , onde o "s" é substiuido por "z", está bem melhor do que nossa visão interna, pelo menos a minha. Nesta semana dois órgãos de imprensa respeitados - a revista "The Economist" e o jornal "Financial Times" - elogiam nosso país por razões diferentes. Pela "bolsa-familia" ( The Economist) e pela nossa aparente imunidade a crise internacional, o que não acontecia há uma década .

Com o titulo de "Happy families", a revista "The Economist" fala do nosso bolsa-familia, dos países que estão copiando ao redor do mundo , dos resultados positivos que o presidente Lula alcançou. Segue dizendo que "apesar do sucesso inicial da bolsa-família, tres preocupações permanecem. Primeiro é em relação a fraudes, pois em programas similares nunca 100% dos recursos chega às maõs dos beneficiários. E alguém dúvida que isto não esteja acontecendo no Brasil ?

A segunda preocupação é que a bolsa-família fique sendo um programa permanente da sociedade brasileira , ao invés de um programa temporário até que oportunidades
sejam encontradas para os mais pobres. Pois o que enobrece o homem é o trabalho.

E a terceira preocupação - que é de grande parte dos brasileiros - é que a bolsa-família foi equacionada para "vote-buying", isto é, compra de votos.

Apesar dessas preocupações - todos brasileiros prefeririam que pudessemos ensinar os pobres a pescar ao invés de dar-lhes o peixe - a revista afirma no longo artigo que "por um custo modesto (0,8%do PIB)o Brasil está recebendo um bom retorno" . E conclue dizendo que seria positivo "se a mesma coisa pudesse ser dita com relação ao resto das despesas do governo".

Como se vê, o Brasil é admirado e elogiado mas o "se" sempre está presente.

O "Financial Times" ,de ontem, também elogia a maneira como o Brasil vem enfrentando a turbulência atual, pois há 10 anos a situação seria bem diferente.

É verdade, o Brasil era muito mais vulnerável externamente do que é hoje, pois possuia uma política cambial errônea ( câmbio administrado), reservas internacionais insuficientes que poderiam desaparecer em alguns meses (como aconteceu em 1988/1989, na gestão Gustava Franco). Hoje temos um colchão de reservas internacionais superior a US$ 190 bilhões, e não há chance de "ataque ao real". A ameaça de recessão, de acordo com a revista, não atingiu o Brasil que só terá solavancos se tivermos uma recessão nos Estados Unidos, e desaceleração na China, que reduzirá o preço dos commodities e das exportações brasileiras.

Depois dessas considerações positivas - e justas - a revista alerta que para nos fortalecermos mais consistentemente e enfrentar uma possível crise internacional, deveriamos controlar os gastos do governo (gastar mais inteligentemente) , aumento da produtividade, estímulos ao setor privado e reformas fiscal e trabalhista.

E aí que mora o perígo. Todos já sabemos que redução/contrôle de despesas não está no DNA do governo. Que o governo Lula não fará reforma alguma até o fim do mandato, mesmo porque o Congresso tem muito o que fazer com os"mensalões", "mensalinhos" e assim por diante....além das férias sagradas, é claro.

E a "The Economist" finaliza dizendo que podemos nos orgulhar dos progressos alcançados mas o sentimento de "urgência" é necessário para manter o "momentum".

"Urgência" , pois, é a palavra chave e o grifo é nosso. SE o nosso governo ( e o Congresso) tivessem a ousadia e coragem de efetuarem a reforma tributária e a reforma trabalhista, pelo menos, o país seria outro. Aí seriamos, sim, com certeza, uma das dez maiores economias do mundo por mérito do trabalho dos brasileiros e não, como é hoje, devido a apreciação do real. Desculpe, mas para quem não sabe, o PIB é calculado em reais e depois convertido em dólares. Portanto, quanto mais forte o real e mais fraco o dólar, teremos um PIB maior. Mas um simples ajuste de,pelo menos, 20% na taxa de câmbio, reduziia nosso PIB na mesma dimensão.

Enfim, o mundo está nos observando, gosta do que vê no momento, mas olha para frente e encontra alguns "ifs". Temos, pois, que trabalhar para elimina-los o mais rápido possível, o que honestamente poucos acreditam quando olhamos hoje para Brasília e vemos como as coisas se desenrolam.
Quero, porém, estar errado e calar minha boca se a profecia de São Francisco de Assis também se aplique no Brasil : " Faça o necessário, depois o possível e, de repente, você estará fazendo o impossível".

domingo, 10 de fevereiro de 2008

O "nosso" blog

Prezado visitante

Se você leu e gostou dos comentários abaixo, vamos fazer deste espaço o "nosso blog". Comente, dê sugestões, indique aos seus parentes e amigos. Queremos dar mais dinamismo a este espaço precioso, e o apoio de vocês que nos leem é fundamental. Eu estou só do lado de cada mas, nós, todos juntos, poderemos fazer muito mais.
Bom final de domingo e não deixem, "please", de ler os dois comentários abaixo.

Abraços

Alcides Aamral

Os lucros das multinacionais

Só uma pequena nota, pois voltaremos no decorrer da semana a elaborar um pouco mais sobre o nosso problema cambial , o que temos de bom e o que nos espera aí pela frente.

Todos devem ter ficado surpreendidos com o altíssimo volume de remessas de lucros e dividendos para o exterior no ano de 2007. Enquanto até 2003 o volume girava ao redor de US$ 5,0 bilhões anuais, em 2005 subiu para 12,6 bilhões evoluindo de maneira significativa em 2007 para US$ 21,2 bilhões.

O que isto significa ? As multinacionais estão ganhando mais no Brasil ? Correto, o Brasil cresceu de 5,0% em 2007 e trouxe oportunidades para todos aqueles que estão aqui instalados. Mas as multinacionais faturaram tanto mais ao ponto de quase dobrarem o envio de remessas de lucros e dividendos ?

Certamente que não. Os lucros foram melhores, não há dúvidas, mas o "X" da questão é a paridade cambial. Como o real vem se valorizando frente ao dólar nos últimos anos, hoje com o mesmo lucro em real em relação a 2005 e 2006, por ex., as multinacionais remetem MAIS dólares para o exterior. Portanto, mesmo que performance de uma multinacional fosse ruim - lucro estável em reais de um ano para o outro - assim mesmo ela mostraria mais lucros em dólares, face a valorização do real, que é o que interessa para sua casa matriz.

Vamos, portanto, ficar alertas a esse fato que é um dos problemas que o "real supervalorizado" está criando para o Brasil. Espero que o governo - senhor ministro Mantega - já tenha percebido este essa anomalia pois temos que, enquanto é tempo, efetuarmos ajustes na nossa política cambial. Pois como dizia o inesquecível Mario Henrique Simonsen,
"a inflação aleija, o câmbio mata".

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Cartões Corporativos, o "novo mensalinho"

Não pretendia retornar ao blog esta semana, enquanto a poeira da folia ainda paira pelos ares. Mas, acompanhando os desdobramentos dos "cartões de crédito corporatívos do governo", não resisti depois de ouvir o que a Dra. Wilma, nossa mais poderosa e eloquente ministra, disse na TV na 4ª feira em seu tom habitual(professoral). De acordo com o Estadão de ontem, a ministra da Casa Civil, dra. Wilma Rousseff, uma mulher inteligente e bem preparada, afirmou que vai retirar os cartões dos ministros, sob o argumento de que "o princípio da transparência impede que alguém compre para si mesmo". Nesse caso, o uso do cartão ficaria por conta dos assessores.

Inicialmente me pareceu uma piada de mau gosto, daquelas que estamos acostumados a ouvir em Brasília, mundo diferente do qual vivemos. O presidente Lula gosta dos seus improvisos e o povão adora. Mas, examinando o assunto com mais cuidado cheguei a conclusão que a intenção da ministra Wilma é verdadeira, não há nada de piada de mau gosto.

Ora, pergunto eu assim como milhões de brasileiros; Se não podemos confiar nos ministros no uso adequado do cartão de crédito, qual seria a atitude a tomar ? Cortar o cartão de crédito como se pretende ou cortar o ministro ?

Não resta dúvida que se este fosse um país sério - como já duvidava Napoleão Bonaparte - teriamos novos ministros e, especialmente, menor número de ministros para reduzir gastos e facilitar o controle. E essa "intenção" de cortar o cartão corporativo dos ministros ganha repercussão maior quando vemos a teve Bandeirantes reproduzir ( ontem à noite) parte do debate presidencial entre Lula e Alckimin oportunidade em que o então candidato Lula declarou que a única coisa boa que o governo Fernando H. Cardoso criou foi o cartão corporativo. E ele, o nosso Lula, estava falando sério e não era nenhuma outra piada de mau gosto.

O problema , entretanto, é muito mais profundo do que a proposição da dra. Wilma. O abuso - ou uso inadequado dos cartões - começa mais acima do nível dos ministros , e vem descendo degraus abaixo até atingir seguranças dos filhos do Presidente e funcionários públicos dos Estados, como é o caso do nosso Estado de São Paulo. Aparentemente temos aí um "novo mensalinho."..quanto mais a imprensa pesquisar vai encontrar a mesma farra em outras partes do Brasil e, não dúvido, no próprio Congresso Nacional.

Só para citar alguns números publicados pela imprensa, o Gabinete do presidente Lula gastou R$ 3,6 milhões em 2007, incluindo as necessidades do presidente e da primeira dama, Marisa Letícia.Os seguranças dos filhos do presidente também possuem seus cartões, bem como milhares de funcionários pertencentes a todos os ministérios. O problema alcançou repercussão tão grande na imprensa e no Congresso - que ainda está sob o rescaldo do mensalão, dólar na cueca, etc. - pois o valor de R$ 75,0 milhões gasto em 2007 é mais do que o dobro gasto em 2006 ( R$ 33 milhões). O ministério do Planejamento foi o campeão de bilheteria com gastos de R$ 34,0 milhões em 2007, seguido da Presidência República com R$ 16 milhões. Ironicamente, o Ministério do Turismo ( que é um ministério que, a príncípio, deveria consumir boa verba ) dispendeu apenas R$ 2.780,00, isso mesmo, dois mil setecentos e oitenta reais.

O que assusta ainda mais é que do total dispendido em cartões corporativos pelo governo , nada menos do que R$ 45,0 milhões ( mais da metade) foram saques efetuados em dinheiro. Se o próprio presidente Lula elogiou a criação do cartão de crédito corporativo pelo presidente Fernando H. Cardoso, como justificar essa montanha de dinheiro espalhada pelos bolsos dos funcionários (e ministros) . O princípio do cartão é para facilitar os pagamentos, desobrigando as pessoas a carregarem valores expressivos nos bolsos na rua ou nas suas viagens. O cartão engloba também segurança, mas o pessoal do Brasília ( e de São Paulo também ) prefere o dinheiro no bolso.

Diante desse quadro assustador - parece que estamos no início de outro escândalo gigantesco neste país - os congressistas só falam em CPI. O presidente Lula anuncia que liberará cargos para barrar a CPI, mas deputados tucanos querem CPI mista com início em 2001, envolvendo assim governos FHC e Lula.

A verdade é que uma CPI a mais ou uma CPI a menos não vai fazer diferença nenhuma, pois tudo quase termina em "pizza". Muito tempo e muito dinheiro gasto para, no fim, ficar tudo como está. Os número que a imprensa apresenta hoje como utlização de cartões corporativos do Estado de São Paulo ( R$ 108,0 milhões )são superiores ao governo federal o que certamente terminará em CPI também por aqui.E assim vai nos outros estados onde a imprensa tiver acesso pois essa utilização inadequada dos cartões de crédito corporativos mais parece uma nova forma de se "governar" no Brasil, à custa do povo. Pois no fim quem paga todos esses excessos somos, nós, contribuintes.

Daria para escrever um livro sob o assunto - o "novo mensalinho" certamente fará parte do meu segundo livro - mas vou ficando por aqui. Faz de conta que ainda é carnaval, tudo isso não passa de "fantasia" e o Brasil continua vivendo em berço explêndido. Mas, cuidado senhores governantes...um dia a paciência acaba !

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

As novas crias do mundo financeiro

O reinício das atividades do meu blog não poderia ser mais constrangedor, mas tenho que fazê-lo. Tenho poucos amigos e creio não ter inimigos, mas quando vejo um colega - no caso William Rhodes, famoso mundialmente por ser o renegociador da dívida externa de países com dificuldades - ser ironicamente mencionado pelo sr. Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central do Brasil, em artigo escrito para a revista Época, não posso calar-me.

Tentando esclarecer os fatos, enviei correspondência para a revista solicitando que publicasse meus comentários, o que já não aconteceu na edição que saiu hoje, sábado de carnaval, com data de 4/2/08. Certamente o tempo foi curto, o texto longo, mas espero que na próxima edição a revista Época faça justiça ao citibankense que no ano passado comemorou 50 anos de trabalho na organização.

Para que os visitantes saibam do que estou falando, segue o texto que enviei por e-mail no dia 31/1/08 à redação da revista Época, a saber :

“Prezados Senhores

Na revista Época do dia 28 de janeiro, o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, escreveu artigo sobre “As novas crias do mundo financeiro”. Tudo perfeito, até que no final afirma que se tivéssemos nosso “Fundo Soberano de Riqueza” seria favorável a compra de ações do Citibank “com a recomendação de que nosso simpático velho conhecido Bill Rhodes fosse designado para cobrar hipotecas inadimplentes”. Como ex-citibankense que sou e acompanhei tudo o que aconteceu no front externo do Brasil de 70 para cá, considero essa ironia descabida e provocativa. Em primeiro lugar, se não tivéssemos o velho Bill o acordo da divida externa sob os auspícios do Plano Brady nunca sairia e a divida externa brasileira ainda estaria por aí. Ele pode ser muito exigente e persistente, mas lutou muito, com o apoio do John Reed, para que o Brasil efetuasse o acordo sem a participação do Fundo Monetário Internacional, que era exigência dos bancos europeus, asiáticos e assim por diante. O México e a Argentina para efetuarem o mesmo acordo precisaram da participação do FMI. A crise atual do Citi deve ser criticada, pois foi muita incompetência da cúpula da organização. Mas o Bill Rhodes tem responsabilidades em outras áreas, junto a governos, bancos centrais e organismos internacionais como o sr. Gustavo Franco sabe muito bem. Finalizando, se tivéssemos o articulista como presidente do Banco Central, o Brasil não teria chance de ter o FSRs pois, em 1998, ele com sua política cambial errônea (câmbio controlado pelo BC) deixou o Brasil perder US$ 40 bilhões de reservas internacionais e só não “quebrou” pois contou com a ajuda do FMI e governos de países do primeiro mundo. Vai dai, ao invés de fazer ironia ao Bill Rhodes, o sr. Gustavo Franco deveria tirar o chapéu para ele por ser elemento decisivo para que a divida externa brasileira deixasse de ser um problema.

É isso que gostaria que fosse publicado. Entretanto, se os srs. considerarem o texto longo demais e quiserem dar espaço para que eu escreva um artigo a respeito , posso fazê-lo com melhor embasamento.
Grato pela atenção.
Alcides Amaral
Jornalista e ex-presidente do Citibank S/A”


Por enquanto é só. Depois do Carnaval voltaremos à ativa e, se possível, com assuntos mais agradáveis e de maior interesse dos visitantes deste espaço.

Bom Carnaval.