sexta-feira, 14 de março de 2008

Chuvas de Março

Como acontece anualmente, as chuvas de Março chegaram, e com intensidade de mexer com toda a cidade. E com isso, o "céu de brigadeiro" que tínhamos até aqui em nossa economia também desapareceu. Dias mais sombrios pela frente, mais energia e criatividade serão exigidas do governo.

A ata de ontem do Copom já demonstra o pessimismo do Banco Central com relação ao nível da inflação e ameaça aumentar os juros para conter o consumo, que está forte e bastante alavancado em crédito.

Com o "início" da execução de uma nova política cambial, a expectativa é de que o dólar suba e o real deixe de valorizar-se como vinha acontecendo até agora. As medidas que começarão a vigorar na 2ª feira ainda parecem tímidas, algo mais terá que ser feito para que os exportadores de manufaturados e bens de capital possam voltar a ser competitivos no mercado internacional . Com relação ao capital externo de curto prazo, é cedo para avaliar o impacto. É certo que o dinheiro que entra para arbitrar contra o real não é bem-vindo e se, realmente, o Copom aumentar a taxa de juro interna, terá que olhar esse assunto novamente.

Embora o preço do barril do petróleo já tenha ultrapassado os US$ 110,0 o barril - devido ao enfraquecimento do dólar ao redor do mundo - por aqui nada acontece com o preço da gasolina e diesel. O governo sabedor de que qualquer aumento de combustível será fatal para a inflação, vem segurando-o desde 2005 e, com isso, descapitalizando a Petrobras que precisa de recursos e mais recursos para exploração de suas mais recentes descobertas. Sem falar nos prejuizos dos acionistas minoritários....

A grande solução, que ajudaria a resolver boa parte dos nossos males, seria o governo cortar seus gastos e deixa agir de como se o seu dinheiro caisse do céu e não viesse do bolso do povo e das empresas, via impostos. Mas ao contrário,o ministro do Planejamento veio ontem à TV para informar que o governo está contratando mais pessoal e dando aumento de salários generosos a um contingente enorme de pessoas.

Estamos, pois, no início de outra realidade e vamos ver como o governo se comporta. Creio que está chegando a hora da verdade mesmo porque , para complicar, a situação lá nos Estados Unidos ainda não está resolvida. Só a partir de meados de abril saberemos um pouco melhor como está a situação dos grandes bancos e o que será da economia americana daí para frente. Encerro por aqui, sem falar da China, pois aí minhs cabeça começa a ficar confusa.