quinta-feira, 13 de março de 2008

Nova política cambial

O governo que sempre afirmava que a política cambial era o câmbio flutuante, finalmente se rendeu aos fatos e deu os primeiros passos na nova política cambial.
Digo os primeiros passos pois logo deverão vir outros pois as medidas tomadas ontem são benvindas mas não serão suficientes para recolocar o real no seu devido lugar. A própria Fiesp informa que essas medidas foram submetidas ao governo há 2 anos, mas ninguém tomou conhecimento delas.

A partir de 2ª feira os exportadores deixarão de pagar IOF - o que é mais do que justo - e os estrangeiros pagarão o tributo em 1,5% em aplicações de renda fixa e títulos públicos. Se tais medidas tivessem sido tomada há algum tempo, quando o dólar estava ao redor de R$ 2,00/R$2,20, a eficácia das medidas seriam bem maiores. Mas não preferiu onerar os exportadores com a perda da CPMF e continuou utilizando a queda do dólar como âncora para a inflação. O governo foi lerdo nas suas medidas - como é do seu feitio - e agora só nos resta a expectativa de como os mercados reagirão na próxima 2ª feira.

Pelo menos o governo acaba de concordar implicitamente que "política cambial" não é apenas deixar a moeda flutuar ao seu bél prazer, mas que medidas são necessárias quando há distorções significativas, como é o caso da valorização do real. Nossas reservas internacionais estão em níveis adequados, nossa dívida externa praticamente inexiste razões pelas quais não precisamos de dólares especulativos para, apenas criar distorções , no país. As bolsas não foram afetadas - e não devem sê-lo - e os investimentos de longo prazo igualmente.

Apesar do atraso em dar início a política cambial no governo Lula, parabéns ao ministro Mantega e equipe pelo ponta pé inicial. O Brasil vai bem internamente mas temos muito a fazer quando nos comparamos aos outros países emergentes. Basta, pois, mais ação pois a solução para os problemas estão por aí na cabeça de todos. Tem faltado muita vontade política para quebrarmos esse círculo vicioso e esperamos que agora vai.