terça-feira, 11 de março de 2008

As bolhas de quatro rodas

Hoje não irei falar da "bolha imobiliária", do Lula ou da "roleta global". O tema é "As bolhas de quatro rodas"

Infelizmente da mesma forma que a "bolha imobiliária" foi construida nos Estados Unidos, a cada dia fico mais preocupado com a possibilidade de termos nossa bolha no mercado financeiro, que diz respeito volume de carros novos colocados no mercado a cada dia. Graças a prazos a perder de vista ( 7/8 anos), juros convenientes, valorização do real e crescimento da economia que tornou todo mundo um "pouco mais rico", não fica difícil imaginar o dia em que muita gente não poderá pagar as prestações e o valor do carro - então usado - será maior do que a dívida. Como estamos falando de 7/8 anos, é muito provável que tenhamos alguma "barrigada" da econômia aí pela frente e que o poder aquisitivo - e talvez o emprego - sejam afetados.
Nós já vimos esse filme, com bancos e financeiras com pátios abarrotados de carros recebidos dos clientes inadimplentes, e o temor é que tal fenômeno aconteça novamente em escala maior.

Embora o Brasil esteja hoje em situação mais sólida - reservas internacionais praticamente cobrem a dívida externa - e menos vulnerável, temos muitas nuvens aí pela frente, além dos Estados Unidos que não é mais uma nuvem e sim uma violenta tormenta. O preço do barril do petróleo não pára de subir, a China está ameaçada pela alta da inflação e pode crescer menos nos próximos anos. Enfim, há motivos de sobra para acompanharmos com cautela.

Portanto, cabe agora aos bancos e financeiras olharem com mais rigor a concessão de crédito para que eventuais problemas futuros possam ser absorvíveis.

A segunda "bolha de quatro rodas" é pior ainda pois afeta toda a população paulista. Devido ao excesso de carros colocados no mercado, o trânsito que nunca foi bom por aqui, está ficando insuportável. Hoje, porque choveu pela manhã, segundo a Rádio Bandeirantes o congestionamento chegou a 186 km às 9,00 horas da manhã quando o record histórico em São Paulo, vem de 2004, com pouco mais de 190 km na hora do rush.

Com o andar da carruagem, mais carros nas ruas diariamente, São Paulo se tornará em breve uma cidade instransitável.Cabe ao prefeito tomar medidas alternativas com urgência para que o paulistano possa chegar ao trabalho no horário adequado, sem ser obrigado a sair 2 ou 3 horas mais cêdo de casa.Por compromissos assumidos, tive que cruzar a cidade esta manhã e sei o sacrifício que passei. E o pior é que, com trânsito congestionado, cresce o risco de você ser assaltado.

Sei que pouco será feito tanto numa bolha como na outra - cada um quer cometer seus próprios êrros - mas fica o registro e convite para os homens e mulheres de bem :
vamos todos pensar juntos numa solução para que nossa cidade não seja um amontoado de carros , cercada pelos rio Pinheiros e Tiete.