quinta-feira, 6 de março de 2008

Ninguém na frente

Como todos sabem , o BC manteve a taxa de juro Selic em 11,25% pois o "desconforto" com a inflação futura ainda persiste... e nada de correr risco.

Com isso, de acordo com cálculos efetuados por Amir Antonio Khair ex-secretário das finanças de São Paulo, o Brasil passou a ter a taxa de juro real mais alta do mundo. É bom não esquecermos que os juros reais são calculados descontando da taxa básica a inflação projetada para os próximos 12 meses.

Com a redução de juros e inflação nos países emergentes e com a manutenção dos 11,25% ,passamos a Turquia que ficou em 2º lugar.

Brasil, portanto, em 1º lugar com taxa real de juro de 6,73% , Turquia em 2º com 6,69%, Austrália em 3º com 4,89, México em 4º com 4,18% e Inglaterra em 5º lugar com 3,23% e assim por diante.

Com essa taxa de juro, o câmbio utilizado para âncora da inflação e o preço da gasolina e querosene que não aumentam desde 2005 ,embora o barril de petróleo alcançasse ontem preço record de mais de $ 104,00 o barril, o IPEA veio hoje aos jornais propondo freio à entrada de dólar.

Eu , com a minha ignorância, creio que estamos brincando com "fogo". Não podemos aguentar essa taxa de juro pelo resto da nossa vida, bem como o real valorizando frente ao dólar para que o governo fique bem na "fotografía"....

Sarney fica

Enquanto os Estados Unidos lida com seus sérios problemas, a China mostra sua grande preocupação com relação à inflação (veja abaixo) , a grande notícia por aqui foi que Sarney fica. Isto é, como conseguiu colocar afilhado seu como presidente da Eletrobras, desistiu da licença para escrever um novo livro. Com isso o Senado fica "fortalecido" com Sarney e outros companheiros que o seguiriam, o que dá mais poder ao governo.

Como se sabe, a CPI dos "cartões de crédito" já está passando para o esquecimento pois nosso eficiente Congresso não conseguiu ainda definir "quem será o que" nessa outrora importante CPI. Com as discussões e negociações intermináveis nos corredores do Congresso, o povo vai voltando atenção para os fatos mais recentes. Aparentemente isso é tudo o que o governo quer.

A China nos holofotes

Enquanto todos os economistas e analistas continuam acompanhando de perto o que acontece nos Estados Unidos - teremos ou não recessão, será suave, prolongada ? - a China deve merecer um pouco mais de atenção de nossa parte. Grande comprador das nossas commodities, enfrenta neste começo de ano a forte ameaça da inflação. Em janeiro subiu 7,1% em relação a janeiro de 2007, principalmente devido ao aumento dos preços de alimentos e habitação.

O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, não esconde que essa é sua prioridade número um que certamente afetará mais a classe rural que tem uma renda per-capita de 1/4 da população humana.

De nada adianta ter uma China que cresceu 65% desde 2002 ver o desenvolvimento belissimo de Shangai e Beijing, por exemplo, e a classe rural ainda mais sacrificada do que é hoje.

Portanto, para nós, que temos a China como grande parceira comercial, todo cuidado é pouco. Em 2007 a China cresceu 10% e os prognósticos agora são mais modestos, com crescimento de "apenas" 8% em 2008.

Vamos, pois, colocar a China nos nossos holofotes.

Ainda o Citi

De acordo com o presidente-executivo do Citigroup, Vikram Pandit, "o banco é sólido, bem capitalizado e a maioria das unidades é de empresas dinâmicas e prósperas".

Este é, também, o sentimento de alguns analistas de NY. Um deles disse-me ontem que o maior problema que o Citi enfrenta hoje é que o mercado está muito focado nos problemas relativos a "bolha imobiliária" e deixando de ver o lado positivo do banco. Certamente que o Citi tem problemas, mais prejuizos para constabilizar, mas existem setores e unidades que continuam gerando receitas - como aqui no Brasil - para fazer frente às necessidades de provisões.

A preocupação existe mas, segundo amigos de NY, o Citi não está parado e pretende virar essa página negra tão logo quanto possível ( creio que em dois ou tres trimestres).

Continuamos alertas mesmo porque com a esperada solução dos problemas do Citi o mercado certamente se acalmará.