segunda-feira, 17 de março de 2008

Parabens ao Mestre Tamer

Para que o ambiente fique um pouco mais leve e agradável, gostaria de aproveitar a oportunidade de enviar meu abraço ao velho mestre Alberto Tamer que completou 50 anos de jornalismo econômico neste fim de semana.

É uma figura já legendária em São Paulo e agora afirma que pretende voltar à Amazônia, onde esteve há anos, para escrever um livro. Certamente será mais uma grande contribuição para a literatura e governo brasileiros.

Nosso abraço, pois, e que Deus o proteja .

Estados Unidos comanda a "roleta global"

A "roleta global" adquiriu uma velocidade e "veracidade" de espantar. Boato atrás de boato, tudo que o FED e o governo americano fazem não é suficiente, ainda não chegamos no "fundo do poço", se é que esse poço tem fundo. Só falta falarem que o FED vai quebrar pelo suporte que tem dado aos bancos e mercados.

Um coisa é certa ; os jovens, agressivos, formados nas melhores escolas americanas, suspensório colorido, neste ano de 2008 receberão menos bonus, se é que receberão algum. A "farra do bonus" dos últimos anos que nos levou a situação atual acabou,"for the time being". E muitos deles irão, ainda perder o emprego, quando os bancos começarem a efetuar o "ajuste de estrutura" que deverão fazer tão logo o prejuizo com a "bolha imobiliária" tenha sido reconhecido nos seus balanços. O 1ºtrimestre já mostrará um pouco desta verdade e o 2º trimestre de 2008 deverá deixar tudo à limpo. Aí, esperamos, a "roleta global" reduzirá sua fúria impulsionada pelos agentes de mercado dos Estados Unidos, principalmente.

A compra do Bear Stern pelo JPMorgan foi efetuada às pressas pois não havia tempo a perder. O mercado atacou o banco de investimento norte-americano que ficou impossibilitado de honrar seus compromissos ... faltou liquidez ... e banco só quebra por falta de liquidez. Embora o valor pago aos acionistas tivesse sido inferior a U$ 300 milhões,o custo para o JPMorgan será bem maior. Considerando-se todos os valores envolvidos na aquisição, incorporação, demissões, etc. estima-se que o custo total ficará em torno de US$ 6,0 bilhões. Parece ser um bom negócio para um banco que contou com a ajuda do FED para "resolver" um problema. O futuro dirá.

Paralelamente , o FED criou outra linha para dar liquidez aos bancos ( FDCF- Primary Dealer Credit Facility) e, igualmente, a outras instituições consideradas "não bancárias". É a 1ª vez desde a Grande Depressão de 29 que o FED age dessa maneira, o que deve ter assustado ainda mais o mercado. A pergunta é ; o FEd está agindo rapidamente para resolver os problemas ou ele próprio não sabe da magnitude deles e vai reagindo quando as necessidades aparecem ?

Porque ninguém sabe a resposta correta é que a "roleta global" gira aceleradamente e acaba, na visão desses players, atingindo todo o mercado mercado.
Alguém já imaginou que a maior economia do mundo pudesse ter o todo o sistema financeiro insolvente ? Isso seria possível ? O que aconteceria com o restante dos países ? O que aconteceria com o dólar e com os títulos do tesouro norte-americano ?

Como se vê, isso é coisa séria demais para tanta especulação. Creio que está faltando o FED reunir todos os banqueiros , mostrar-lhe a sua realidade , e solicitar, ou melhor, exigir apoio de todos para o bem da Nação. Pois uma "quebradeira" nos Estados Unidos ( no que NÃO acredito ) seria a instalação de uma crise sem precedentes, e nem a ilha de Fernando de Noronha ficaria livre dos impactos dela.

Portanto, vamos ter um pouco de paciência, bom senso e, por que não, sangue frio.
Estamos falando de coisas sérias e a boataria desenfreada deve ficar para outra hora, quando o ambiente estiver mais relaxado e o céu de brigadeiro dar sinal de sua graça novamente.

FED em ação

A "herança maldita" deixada por Greenspan - a famosa "bolha imobiliária" - continua fazendo estragos. O FED do sr. Bernanke nunca trabalhou tanto e neste fim de semana deu uma solução para o banco de investimentos Bear Stern(adquirido pelo JP Morgan) e baixou a taxa de redesconto dos bancos.

Mas como a impressão agora quase generalizada é de que os Estados Unidos já estão em recessão ( o pacote do Bush de cerca de US$ 170 bilhões ainda não fez o efeito desejado), o cenário é quase de fim de mundo, o que não é o caso. As bolsas no mundo todo abriram a semana em baixa e a moda agora é investir commodities com o que os preços irão subir ainda mais criando inflação no mundo todo.

Portanto, alerta pessoal. Vamos ser cautelosos nos nossos gastos e nos nossos investimentos. A chuva, fina e fria, chegou para ficar por algum tempo.