sábado, 1 de março de 2008

Lula, o eterno líder sindical

O que se viu ontem na TV e hoje estampado nas páginas de todos os jornais é, no mínimo, lamentável. A "briga de palavras" com o judiciário demonstra que o nosso Lula, infelizmente, quando fala de improviso esquece que é presidente da República e volta a ser o combativo líder sindical, com fala grossa e raivosa. Talvez o "povão" - que o coloca nas alturas - aprecie essa maneira de ser, de um homem que não tem papas na lingua. Mas certamente a grande parte da população esclarecida não apoia tal comportamento e, muitas vezes,simplesmente desliga a TV.

Gostariamos de ver o presidente não ao estilo Hugo Chavez e Evo Morales, mas sim com postura de um líder do primeiro mundo. Todos nós criticamos o presidente Bush pelo que fez nos últimos anos, culminando com o ataque ao Iraque e agora sem saber o que fazer com aquele país e os seus soldados lá postados.Embora a pressão sobre ele seja grande, não me lembro de tê-lo visto na TV com postura diferente daquela que um presidente deve ter. Esse é apenas um exemplo, o mais próximo e questionável, mas já dá para demonstrar nossa distância quando o primeiro mandatário se manifesta publicamente.

Pelo fato do presidente do TSE afirmar que o programa "Territórios da Cidadania" poderá ser contestado publicamente, Lula afirmou ,em seu tom habitual ,que "seria tão bom se o Poder Judiciário metesse o nariz apenas nas coisas deles" assim como deveriam fazer o Legislativo e o Executivo. O presidente do TSE, Marco Aurélio Mello, polêmico muitas vezes, respondeu tranquilamente que "não vejo qualquer extravasamento por pare do judiciário e fiquei perplexo com o que foi veiculado pelo presidente e com a agressividade do próprio presidente". Mais adiante afirma, ainda , que "acredito que ele( Lula) tenha se empolgado . Só estranhei a acidez. Mas relevo porque ele estava num ambiente político".

Enfim, o mal estar foi causado, Judiciário e Legislátivo não gostaram do que ouviram e o presidente Lula , certamente, está convencido de ter agido corretamente .

O que fica no ar é se depois dessas explosões vem o arrependimento do presidente, ou não. É assim que o presidente deve agir em casos pontuais - que não são poucos - pois é isso que o distingue junto ao povão, correto ?

Esse julgamento não pertence a mim e sim a todos os brasileiros que acompanham o que acontece neste país. Num momento em que a economia vai bem, o otimismo é grande no país, nunca se vendeu tantos automóveis no mês de fevereiro, não seria o caso do presidente ser mais "light" nessas ocasiões, mais a postura do primeiro mandatário do país do que de um líder sindical ?

Para mim, que estou numa fase da vida que quero paz e harmonia, é muito doloroso ter que conviver com essa "acidez" .... barulho por barulho, confusão por confusão, prefiro ver as eventuais disputas e o choro dos meus netos, pois sei como lidar. Quanto ao que acontece em Brasília, deixa pra lá pois não tenho a mínima competência para jogar o jogo político.