quarta-feira, 28 de novembro de 2007

LULA ; uma no cravo e outra na ferradura

Presidente Lula
Ontem tive oportunidade de assistir a um seu pronunciamento pela televisão que me deixou bastante animado. Se aquilo que o Sr. prometeu de fato acontecer, passarei a ser um seu novo admirador . Quando falava da reforma tributária que será enviada ao Congresso, o Sr. disse que não repetirá o êrro do passado quando a não aprovação da reforma tributária ficou como sendo por culpa do seu governo. Ontem o Sr. afirmou, com todas as letras, que se a reforma tributária não for aprovada desta vez, o Sr. vira á público para dizer quem foi o deputado, o prefeito,o ministro, o governador , enfim, nominará todos aqueles políticos que impossibilitaram a aprovação da reforma tributária (se tal vier a acontecer).
É isso o que o povo - e principalmente - a classe média quer do Sr. Que os políticos passem a ser responsabilizados pelos seus atos, publicamente.
Estarei, assim como milhões de brasileiros, torcendo para ver a aprovação da reforma tributária ( tão necessária para nosso país) ou quem foram os políticos que impediram que tal acontecesse. Na sua última tentativa, os governadores foram os grandes responsáveis pela reforma não sair, isto todo mundo sabe .Pois até descer a rampa do Palácio êles o fizeram, abraçados uns aos outros.
Enquanto meu coração fica cheio de esperanças para começar a ver um novo Brasil, não poderia , também,de deixar de dirigir-me ao Sr. com certa indignação por informações publicadas pela revista Veja neste domingo. Entre outros, a revista afirma na coluna Radar : "segundo assessores graduados de Lula, por puro preconceito a classe média "tradicional" estaria incomodada com a classe média "emergente", surgida neste governo. Isso explica a demagógica frase que Lula disse dias atrás ; TODA VEZ QUE A GENTE TENTA AJUDAR OS POBRES APARECE UMA CIUMEIRA".
Senhor presidente Lula, tais afirmações além de não condizerem com a realidade machucam o coração de grande parte da "classe média tradicional" que muito faz por este país para minorar o sofrimento daqueles menos previligiados. Nós dessa classe média - e pode colocar "milhões" quando falo em "nós" - colaboramos individualmente com creches, asilos, hospitais, casas de saúde, etc para que tais entidades de apoio aos mais carentes possam sobreviver, pois não há dinheiro do governo para cobrir todas essas necessidades. Bancos e empresas também dedicam trabalho e recursos financeiros para a mesma finalidade. Inúmeras ONG's no país fazem o mesmo tipo de trabalho, graças a dedicação da população e as contribuições desses hoje mais previlegiados, que têm como ajudar. Com qualquer pessoa que o Sr. fôr falar dessa "classe média tradicional", pergunte a ele ou ela, por favor, o que fazem pelo país, com seu trabalho ou seu dinheiro, para que os doentes e menos favorecidos tenham condições de sonhar com uma vida melhor. Todos estamos satisfeitos com o programa "fome zero" e jamais vi alguem da classe média com os quais convivo se queixar que também "não leva algum do governo". A crítica, às vezes, é de que o governo "dá o peixe ao invés de ensinar a pescar", mas entendemos que é difícil fazer tudo de uma vez.
Portanto, senhor presidente Lula, ajudar os pobres é uma missão de milhões de pessoas deste país de quem temos de nos orgulhar."Ciumeira" podemos ter em não ter acesso ou a comodidade do "Aéro Lula", mas jamais por vermos um pobre subir na vida. Eu mesmo senhor Presidente, Alcides Amaral, sou de origem humilde. Meu paí era um dedicadíssimo trabalhador que entregava leite de porta em porta na Vila Pompéia, aqui em São Paulo. Graças a ajuda da minha Mãe pude estudar(em escola publica pois não tinha como pagar escola particular) e Deus me deu a oportunidade de ser alguém na vida, assim como Ele fez com o Sr. Portanto, só tenho a agradeceer a oportunidade de estudar e trabalhar e construir uma família que hoje é minha razão de ser.
Fico triste e desapontado quando vejo o senhor Presidente acreditar que a "classe média tradicional" tem ciumeira pois a vida do povo está melhorando. Se essa fosse a realidade este país não teria mais jeito, mesmo que tivessemos dez presidentes iguais ao Sr. para nos comandar e dirigir.
Se há políticos que tem "ciumeira" do seu sucesso com o "povão", então, por favor, dirija-se a eles. Nós da classe média que trabalhamos para construir família e, dentro da possibilidade de cada um, ajudar os menos favorecidos, temos que ser respeitados.
Tenho orgulho de ser brasileiro, vou continuar lutando, dentro das minhas possibilidades, por um futuro cada vez melhor para este país, pois tenho filhos e netos que aqui estão crescendo e que aqui estão construindo suas famílias. Creio que essa não é apenas a minha verdade, mais a de milhões de brasileiros do bem.

3 comentários:

Anônimo disse...

Concordo plenamente com seus comentários, Alcides. Nosso presidente gosta de incitar uma pseudo luta de classes toda vez que sente sua liderança ameaçada ou seus programas contestados. Lembra a atitude do governante de um país vizinho ao norte...

Unknown disse...

Prezadoa Alcides,

Não fico feliz com essa declaração do presidente de que vai dar "nome aos bois" se a reforma não passar. Acho isso mais uma palhaçada pra se assistir na televisão. Esse mesmo presidente não votou a favor da constituição em 88, e agora vem me dizer que tem boa intenção. Sou muito discrente dele. Outro ponto que tenho um certo desconforto em comentar é sobre o enriquecimento dos mais pobres no país. Se olharmos bem, a classe média inflou, mas em um degrau abaixo. As pessoas não enriquecem, mais pessoas se aglomeram numa classe média baixa que vive de crédito.
A condição de vida das pessoas melhora com o crescimento do país, isso se da com educação, coisa que falo com tristeza, só piora no país. Falta qualificação e isso é cada vez mais grave. As reformas são importantes, o bolsa familia tem sua parcela de boa ação, mas as pessoas tem que pensar para poderem ter escolha. Um país de analfabeto não anda muito. Se você se lembrar a uns 6 meses saiu um reportagem no globo que diz que mais 60% das pessoas leem mas não entendem. O presidente podia vir a público falar disso.

Abraço

Daniel

Anônimo disse...

Acho que o presidente tem consciencia plena de que a educação, como dito por nosso amigo Daniel, é precária. O que não podemos deixar de lembrar é que há um longo caminho que, enfim, depois de muitos anos, começa a ser percorrido. A educação, em termos qualitativos é precária, mas sabemos que em termos quantitativos melhorou absurdamente. Está bom? Lógico que não! Falta investimento na base da educação, pois, uma grande estrutura só se ergue com alicerces fortes. Mas a mudança começou. Quanto à classe média ser uma classe média pobre, isto é normal na transição que ocorre no país. A miséria diminuiu bastante e, como consequência de uma hierarquia natural da pirâmide, os miseráveis deixam de ser miseráveis para serem pobres. Daí podem passar a serem classe média e assim em diante. É a ordem natural do desenvolvimento. Muita coisa ainda há de errado, a maioria por sinal, mas isso é herança e não se muda da noite pro dia. Na minha humilde opinião, o Brasil começa a entrar nos trilhos com uma política de crescimento e desenvolvimento conjuntos. O governo tem como seu pecado mor o inchaço da máquina pública altamente corrupta. Falta gestão eficiente e uma cultura empreendedora tb no setor público. O que está faltando para o presidente é um pouco mais de coragem para encarar a corja instalada há anos no país que, usam a máquina pública para o interesse pessoal. O duro para nosso presidente, que acho ser um homem que tem um comprometimento com nosso país, é saber que a corja faz parte tb de seu time.