domingo, 7 de outubro de 2007

Ainda a CPMF

“Em troca da CPMF, aliados vão controlar R$ 686 bilhões¨ é a manchete do jornal O Estado de São Paulo deste domingo. Em reportagem extensa - que vale à pena ser lida - o jornal afirma que “Cargos incluídos na barganha administram verbas que equivalem a 27,2% do PIB”. É exatamente o que estávamos dizendo em artigo publicado no dia 30 de Setembro no Jornal do Brasil quando propúnhamos uma solução definitiva para resolver o “problema” CPMF . Solução esta que voltamos a insistir no artigo de fundo desta semana no nosso blog.

É lamentável que diante dessa situação - o Governo loteando cargos e verbas sem limites - as “lideranças empresariais” ( que, na verdade, não sei exatamente quais são ) ainda insistem em querer que a CPMF seja simplesmente extinta. . É uma batalha inglória, pois se uma proposta alternativa não for defendida pelas “lideranças empresariais”, pela imprensa e pelo povo em geral, a CPMF será prorrogada até 2011 e daqui a 4 anos veremos a repetição do mesmo filme ( o Governo, seja ele qual for, negociando cargos e verbas para novamente prorrogar a CPMF, cujo volume financeiro será, com certeza, bem maior do que os R$ 38 bilhões atuais.

Embora seja jornalista formado pela Cásper Líbero, aqui em São Paulo, minhas contribuições para a imprensa são eventuais - e virtuais - e tem pouco peso, se é que tem algum. Mas como presidente do Citibank que fui, e que vivi ativamente os últimos 20 anos do País nas áreas econômicas e política, conheço bem como problemas mais difíceis que a CPMF foram resolvidos e, portanto, minha opinião tem que ser ouvida. Além disso, como “banqueiro”, participei de diversas negociações que é o que acabamos fazendo quando um credor não pode pagar o que deve. No caso da CPMF o mesmo acontece, pois o Governo alega - e com razão - que não pode “perder” de uma hora para outra R$ 38 bilhões que fazem parte indevidamente do orçamento. Casos assim, só com parcelamento da “dívida” (no caso “dívida do Governo” com os contribuintes) chegaremos a um denominador comum. Se houvesse um “banqueiro” no Congresso, que negociasse visando o bem da instituição e não dos seus interesse individuais, o problema já estaria resolvido.

Não podemos , pois, permitir que continuemos com essa “barganha política”, caríssima para o Governo e todos nós, a cada 4 anos. As “lideranças empresariais” , que também sabem negociar quando é preciso, que usem sua força para que a CPMF deixe de ser um problema eterno e parrem de bater na tecla errada. Gostaria , muito, de debater, em qualquer fórum, o assunto CPMF , pois depois de 3 anos renegociando a dívida externa brasileira ( de 1991 a 1994 ) creio que aprendi algo que pode ser útil para o País e nós contribuintes.

Um comentário:

Anônimo disse...

Alcide, concordo com a sua sugestão sobre o parlemaneto da divida interna. solução que todos sabem não é aumentar impstos para cobrir mais gastos, porém cortar gastos administrativos para reduzir impostos ou, pelo menos, deixa-los como está.
Parabens
Alberto Tamer