segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Crise tira até US$ 60 bilhões de bancos americanos

A manchete do jornal O Estado de São Paulo de hoje não deixa dúvidas que a situação dos bancos americanos continua complicada. Entretanto, se as perdas adicionais serão US$ 20 bi ou US$ 60 bi ainda ninguém sabe. O jornal informa que até 5ª feira a decisão precisa ser tomada, mas como hoje é feriado em NY não é possível confirmar.Em conversa que mantive com NY na última 6ª feira sobre esse assunto, me foi informado que, naquele momento, era impossível quantificar o valor dos "ativos nivel 3" ( esse é o problema), pois não havia mercado para esses ativos. Ninguém compra tais papéis, ninguém vende, portanto é impossível quantificá-los. De acordo com o " Financial Accounting Standards Board Statement 157" , as instituições financeiras podem contabilizar ativos a "nivel 3" quando o mercado não consegue, eficientemente, precificar esses ativos . Se o mercado é "eficiente" é uma decisão que o banco pode tomar; Em outras palavras, quando os ativos são "nível 3", os bancos podem efetivamente estabelecer o valor de tais ativos de acordo com seu próprio julgamento.


Os valores de ativos "nivel 3" são gigantescos em relação ao patrimônio dos bancos, e dependendo da decisão tomada (creio eu que a autoridade americana deverá estabelecer algum parametro, embora essa não seja a norma) os prejuizos serão gigantescos. Há banco de investimentos, por exemplo, que possue ativos "nível 3" superior seu patrimônio em 2,5 vezes.


É um assunto sério, que precisamos entender melhor antes de tecer comentários irresponsáveis e divulgar nome dos bancos com tais problemas. Esperamos voltar ao assunto amanhã, quando pudermos obter mais informações de NY. Por enquanto é aguardar que os mercados reajam mal a essa notícia, o que demonstra que o problema da "bolha imobiliária" dos Estados Unidos ainda não tem dia para terminar e nem quem serão os grandes perdedores. A verdade é que os presidentes da Merrill Lynch e do Citigroup já perderam seus cargos devido a essa concentração indevida num negócio de alto risco. Esqueceram dos padrões de crédito e, quando tal acontece, é dor de cabeça na certa.

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